Cláudia Monteiro da Rocha Ramos recebe título de cidadã americanense em sessão solene


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A Câmara Municipal de Americana realizou na segunda-feira (18) sessão solene para a entrega de título de cidadã americanense à senhora Cláudia Monteiro da Rocha Ramos, pelos relevantes serviços prestados ao município. A homenagem foi motivada por projeto de decreto legislativo de autoria do vereador Luiz Renato (PC do B).
Participaram da solenidade os vereadores Davi Ramos (PC do B) e Luiz Renato, além de convidados, amigos e familiares da homenageada.
Durante o uso da palavra, o vereador Luiz Renato enalteceu a história de luta da homenageada. “Foi na Cláudia que encontrei uma parceira de primeira linha na preparação do debate que antecedeu a realização de uma plenária aqui na Câmara que foi muito marcante, com a presença do movimento negro, do movimento popular e sindical. A igualdade social e racial faz parte da vida da Cláudia, é uma bandeira que ela defende como uma guerreira”, discursou.
O vereador Davi Ramos falou da vida e do trabalho da cidadã americanense. “Ter uma professora que se empenha todos os dias pela causa, em um país cheio de preconceito e discriminação, é digno de reconhecimento e orgulho. Parabéns, este é um título merecido”, disse.
A homenageada agradeceu a todos e dedicou o título a seu pai. “A princípio, este título me faz acreditar que, em algum momento da nossa vida, nós vamos conseguir fazer a diferença para algumas pessoas. Receber este título sem a presença do meu pai, que nos deixou há pouco tempo, é muito difícil. Então dedico esta homenagem a ele, pois muito do que faço e batalho aprendi com ele, me espelhei nele. Sinto que ele está aqui presente hoje e está contente por esse título”, falou.
Biografia
Claudia Monteiro da Rocha Ramos nasceu em Nova Olímpia, Paraná, em 10/01/1970, a sexta de uma família de sete irmãos. Os pais, nordestinos, fugiram da seca em busca de melhores condições de vida. Mas nova seca atingiu as terras paranaenses e decidiram migrar novamente, desta vez para Americana, em 1978.
Cláudia passou boa parte da infância e adolescência passou no Bairro Antonio Zanaga, concluindo o colegial na EE Prefeito Antonio Zanaga em 1987. Começou a trabalhar bem mais tarde que seus irmãos. Aos 15 anos já era ajudante de escritório e depois escriturária. No começo dos anos 90 começou a trabalhar na indústria, na antiga Ripasa, como auxiliar administrativo. Lá decidiu que continuaria seus estudos e escolheu a disciplina de História.
Em 1991 ingressou no curso de História pela Universidade Metodista de Piracicaba. Ingressou oficialmente no magistério em 2000, e desde 1998 já estava filiada no Movimento Sindical da APEOESP, participando ativamente das lutas pela melhoria da escola pública e pela dignidade na carreira.
A convivência no Ensino Fundamental e Médio despertou a curiosidade de observar como se davam as questões étnicas no espaço escolar e na sociedade. Passou a sistematizar leituras sobre a questão racial. Com esse objetivo, em 2005 ingressou no Programa de Mestrado da Faculdade de Educação da Unicamp com o tema “A escravidão, a educação da criança negra e a Lei do Ventre Livre” (A Pedagogia do Cativeiro).
A partir de 2009, procurou envolver a sociedade americanense com a temática sobre o preconceito racial. Lutou pela criação da Comissão de Promoção da Igualdade Racial em Março de 2009. A partir daí, diversos debates vem acontecendo nas esferas públicas.
Assessoria de Comunicação