O Estado de São Paulo deu um passo importante na história do Brasil, com a aprovação de uma legislação que bane o fumo dos ambientes públicos e privados, que são utilizados pelo coletivo. Com a sanção do governador José Serra, São Paulo entra em sintonia com as legislações já existentes em países de primeiro mundo, com o intuito de coibir o fumo, avaliado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como uma epidemia.
Em Americana tivemos a oportunidade de debater e aprovar projeto semelhante, antes mesmo da Assembléia Legislativa de São Paulo. Sentimos na pele a polêmica desta legislação, que visa tão somente preservar a saúde da população, hoje exposta aos malefícios do cigarro.
Apesar de todas as informações disponíveis à população sobre os incontáveis problemas causados pelo tabaco, respeitamos a opinião daqueles que ainda assim arriscam suas vidas em troca de baforadas de fumaça, porém o que não podíamos mais aceitar é que, a falta de uma regulamentação, continuasse a colocar em risco a saúde daqueles que não fazem uso do fumo. Afinal de contas, não podemos ser omissos quanto a nossa lei maior: a Constituição Federal, que entre outras coisas atribui ao Estado o dever de garantir a Saúde dos cidadãos.
Mas os problemas relativos ao fumo estão longe de estarem restritos a área da Saúde. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo os pacientes que estão sendo tratados de doenças provocadas pelo cigarro custaram à rede pública de Saúde, no ano passado, pelo menos R$ 92 milhões.
O cálculo inclui os gastos que o Ministério da Saúde, o governo estadual e as prefeituras paulistas tiveram em 2007 com internações de pacientes e sessões de quimioterapia e radioterapia.
Isso varia de acordo com a doença; no caso de câncer de pulmão, 90% dos casos têm o fumo como causa. Com essa quantia é possível bancar por um ano o funcionamento de dois hospitais públicos de médio porte, com cerca de 200 leitos cada um.
Mas os números podem ser muito maiores. Pesquisa feita com 800 pacientes do Hospital do Câncer A.C Camargo reafirma que o cigarro não causa apenas o câncer de pulmão. O estudo revelou que 80% dos pacientes que tinham câncer na bexiga eram fumantes. Quanto aos tumores de boca, laringe e faringe, 85% dos doentes também mantinham o vício.
Ao combater o uso do fumo em ambientes coletivos, o Estado não somente garante a liberdade das pessoas, uma vez que os fumantes poderão continuar a exercerem o vício, desde que feitos em ambientes totalmente abertos, e por outro lado ajudará a conscientizar não somente a atual, mas também as futuras gerações a banirem o tabaco da sociedade.
Cauê Macris é presidente da Câmara de Americana e autor da primeira lei
municipal em São Paulo que coibiu o fumo em ambientes públicos e privados.
Publicado por: Assessoria de Comunicação