Não adianta a gente querer fugir dele: o trânsito é o sangue que corre na vida da sociedade diariamente. Nesse contexto, surgem os seus inúmeros personagens humanos, pelos quais cumprimos diversos papéis como cidadãos. Estando dentro dos veículos (carro, caminhão, ônibus, moto ou mesmo dirigindo uma bicicleta), quer como motoristas ou passageiros, devemos nos comportar de forma adequada. Estando fora dos veículos, como pedestres, também precisamos ser responsáveis e cuidadosos. Desde que o automóvel foi criado (1885), 34 milhões de pessoas já morreram no mundo, vítimas de acidentes de trânsito. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking dos países com maior índice de acidentes. Especialistas estimam que morrem no trânsito diariamente em nosso país cerca de 200 pessoas, o que nos dá a seguinte dimensão estatística: são mais de 60 mil óbitos , cerca de 400 mil feridos e mais de 100 mil mutilados anualmente, números que se ampliam se forem considerados aquelas pessoas que morrem , no máximo em 30 dias, em casa ou no hospital. A falha humana figura como principal causa dos acidentes, cerca de 91% deles. Situações envolvendo motociclistas e atropelamento estão entre os principais tipos de ocorrências responsáveis por lesões que levam às seqüelas. O Brasil gasta 40 bilhões de reais por ano com acidentes de trânsito e, mesmo assim, ainda não são considerado questão de saúde pública. Sem a estrutura necessária à prevenção, nosso país terá que continuar investindo na administração dos acidentes e no atendimento às pessoas acidentadas. Como se sabe, o número de veículos da frota nacional só aumenta. Só na cidade de São Paulo são emplacados mensalmente 27 mil veículos. A cada três anos, são mais 3 milhões de automóveis e 1 milhão de motocicletas circulando pelo Brasil . Ou seja, por mais que cada um de nós busque evitar o uso do automóvel, ele faz parte das nossas vidas. Portanto, como alguém já disse, não temos um novo caminho a percorrer, o que podemos ter é um jeito novo de caminhar. Com urgência, precisamos ter em nossas ruas e estradas: motoristas seguros (com boa saúde, sem beber, sem sono, conhecedor das leis da área, etc), velocidade segura ( o excesso é uma constante nos acidentes), estradas seguras ( em boas condições de trafegabilidade) e, finalmente, veículos seguros ( com a manutenção em dia). Não é necessário viver pessoalmente a dor que um acidente de trânsito - fatal ou não - pode provocar em uma família para que assumamos a defesa da vida no trânsito. Façamos, pois, a nossa parte desde já, pois todo acidente pode e deve ser evitado.
Divina Bertalia é vereadora em Americana pelo PDT