O Grupo Pró-Casarão, formado por setores da sociedade de Americana que se mobilizam para salvar um dos mais importantes patrimônios históricos do município, o Casarão do Salto Grande, já está numa corrida contra o tempo. O projeto de recuperação do Casarão, com um custo total de R$ 1,5 milhão, foi autorizado pelo Ministério da Cultura a captar recursos previstos na Lei Rouanet, mas o prazo expira no final deste ano.
O primeiro prazo concedido pela Lei já expirou no final do ano passado, mas os recursos não foram conseguidos. “Então realizamos gestões junto ao Ministério e o prazo foi estendido para o final de 2008”, lembra Mônica Rehm, a administradora do Casarão. A captação do total dos recursos previstos no projeto ainda poderá ser estendida em 2009, mas para isso é indispensável que pelo menos R$ 500 mil estejam garantidos até dezembro. “Então estamos mesmo numa verdadeira corrida contra o tempo. Só que no ano passado, quando o prazo expirou, não tínhamos ainda o Grupo Pró-Casarão formado. Agora, este apoio vem sendo fundamental”, afirma ela.
O Grupo foi formado no início deste ano e conta com representantes dos poderes Legislativo e Executivo, de setores da sociedade e de entidades empresariais – como a Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Sinditec (Sindicato das Indústrias de Tecelagem), 3Marias Produtora Ltda., entre outros . Ele foi formado a partir de um requerimento da vereadora Lurdinha Ginetti, aprovado por unanimidade na Câmara Municipal, no início deste ano. “Levamos um susto quando vimos que o prazo do ano passado estava expirando e os recursos não chegaram”, diz Lurdinha.
A luta para a recuperação do Casarão, que abriga o Museu Histórico e Pedagógico “Dr. João da Silva Carrão”, começou em 2002 depois que um vendaval danificou as instalações e obrigou que o prédio fosse fechado para visitação do público. O fechamento foi uma perda pedagógica, uma vez que o Casarão já chegou a receber a visita de 38 mil pessoas em um único ano de atividades intensas. Ali, está abrigado um acervo com 200 anos da história de Americana.
“A idéia de fazer o projeto de restauro surgiu quando a Secretaria de Cultura, por meio da Mônica, nos procurou para ver como a gente poderia salvar este importante patrimônio da nossa cidade”, conta Ana Paula Pontes, uma das sócias da Produtora Cultural 3Marias. “Então, junto com o Salvador De Capua, que é um restaurador conceituado, e Juliana Binotti Pereira, que é uma arquiteta especializada em restauro, fizemos o projeto”.
O projeto visa tanto a restauração necessária, quanto a implantação de melhorias na infra-estrutura. “Além da recuperação do telhamento, da reposição de taipa de parede, da descupinização e várias providências que estão previstas dentro do projeto, também temos a previsão da instalação de elevadores para pessoas com deficiência motora e adequação de sanitários”, diz Ana Paula. “Vamos poder equipar o museu com uma sala de exposição institucional dos patrocinadores e teremos uma ala também que vai estar reservada para um auditório, onde a gente vai poder recepcionar convenções e executar trabalhos informativos do acervo dentro do museu”.
Mônica aponta que, com a execução do projeto, será possível aumentar as atividades do museu, que poderá trabalhar com testemunho social, atividades eco-ambientais. O Casarão está situado em um complexo de área de preservação permanente, próximo ao Rio Atibaia, Jaguari e à cabeceira do Rio Piracicaba.
“Vários empresários já manifestaram interesse em dar apoio ao projeto. Mas precisamos ampliar estes apoios para conseguir os R$ 500 mil até o final do ano”, lembra Ana Paula.
A pessoa jurídica que desejar ajudar o projeto de restauro, com abatimento no imposto de renda, pode destinar até 4% do valor a ser pago. Já a pessoa física, pode destinar até 6%. Para concretizar o apoio, a pessoa interessada deve procurar a Secretaria de Cultura e Turismo de Americana ou a Produtora 3Marias e informar que deseja investir no projeto do Casarão.
O colaborador faz um repasse direto em uma conta corrente, aberta no Banco do Brasil especialmente para o projeto, recebe um recibo no valor do depósito efetuado e, quando for declarar o imposto de renda, pode abater do valor recolhido pela Receita Federal.
(Texto publicado originalmente no jornal Recantos da Terra, edição de Setembro de 2008)
Publicado por: Assessoria de Comunicação