Diploma de honra ao mérito “Profª Maria Nilde Mascelanni” é entregue em sessão solene


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A Câmara Municipal de Americana realizou na quarta-feira (28) sessão solene para a entrega do diploma de honra ao mérito “Maria Nilde Mascelanni” a pessoas que se destacaram em trabalhos voltados a crianças e adolescentes em pedagogia e em situações de risco no município de Americana. O diploma foi instituído pelo decreto legislativo nº 649/2013, de autoria do suplente Luiz Renato (PC do B)

 

Participaram da solenidade o presidente da Câmara Municipal de Americana, vereador Pedro Peol  (PV), os vereadores Adelino Leal (PT), Celso Zoppi (PT), Eduardo da Farmácia (PMDB), Joãozinho do Quiosque (PSB), Leonora do Postinho (PPS), Luiz da Rodaben (PP), Moacir Romero (PT), Dr. Otto Kinsui (PMDB), Tonhão do Veteranos (PMDB) , Dr. Ulisses Silveira (PV),  Luciano Corrêa (SDD), Alfredo Ondas (PMDB), Davi Ramos (PC do B), Valdecir Duzzi (SDD), Odair Dias (PV), Téo Feola (PC do B) e suplente e autor da homenagem  Luiz Renato.

 

Foram homenageados dezenove profissionais indicados pelos vereadores da Casa: Ronsângela Panaro, Antonieta Rosa de Campos, Aparecida Donizete ,Malvassora Marques, Janaina de Lourdes Raymundo Mazieri, Jacira Domingos de Oliveira, Sebastiana Lopes Perin, Mirian Carvalho Barbosa, Maria Lucia Aranha da Cruz, Maria Elisete Magalhães da Silva, Juliana Soares do Nascimento, Emanuel Batista da Silva, Silvana Aparecida Bonfim, Lúcia Helena  da Silva, Mariano Teixeira Filho, José Antonio Rodrigues, Sandra Mara Freitas Leite Moro, Joselaine Regiane Gonsales, Amanda Pinheiro de Sá e Maria Inês Zappia.

 

Durante o uso da palavra, o autor Luiz Renato disse, “Sobre a educação, sempre fui admirador e procurei seguir os passos de um dos maiores educadores ,Paulo Freire, ele dizia que educar era um ato político, porque educar é formar cidadãos em primeiro lugar”.


A professora Lucia Helena da Silva,  utilizou a palavra para agradecer em nome de todos os homenageados. “Uma profissão que vejo como uma missão de amor, antes do professor ser visto como uma pessoa justa, que educa, que ensina nós somos seres humanos, então nossa responsabilidade é  um pouco maior, pois temos que ensinar nossas crianças, estender também toda responsabilidade pra formação do mundo externo”, discursou

 

Maria Nilde Mascelanni

Maria Nilde Mascellani nasceu em São Paulo em 03 de abril de 1931. Realizou o Curso Normal de Formação de Professores na escola Padre Anchieta e depois ingressou no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo. Foi aluna e depois se tornou muito amiga do professor Florestan Fernandes.
Como professora, lecionou em diversas escolas públicas do Estado. Foi convidada pelo secretário da Educação do Estado de São Paulo para fazer parte de uma comissão de educadores na elaboração de um projeto piloto de educação, que levasse em conta a vocação do aluno e abrisse as portas da escola para a comunidade. O Serviço de Ensino Vocacional foi fundado em 1961 e Maria Nilde tornou-se sua coordenadora, cargo que ocupou até 1969.

 

O Serviço de Ensino Vocacional foi desativado pelo regime militar. Impedida de trabalhar pela ditadura, Maria Nilde foi uma das fundadoras da Equipe RENOV, entidade de defesa dos direitos humanos e dos perseguidos políticos. O RENOV formava educadores e acabou sendo fechado pelo governo militar, e Maria Nilde e seus companheiros foram presos por cerca de um mês.
Após este episódio, Maria Nilde se tornou professora de psicologia educacional na Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 1970. Em sua carreira como pedagoga, trabalhou com Educação Popular em programas educacionais para a população de baixa renda excluída da escola. 
Foi a idealizadora do “Integrar”, um projeto inicialmente estadual, e depois nacional, de qualificação profissional para metalúrgicos e ex-metalúrgicos. Ela conseguiu reunir sindicalistas, intelectuais, professores e trabalhadores, realizando vários cursos de capacitação, sempre articulando o diálogo entre o mundo do trabalho e a ação concreta para a transformação social.
Maria Nilde não se casou e nem teve filhos. Em 19 de dezembro de 1999, vítima de um infarto, morreu aos 68 anos em São Paulo, interrompendo uma trajetória marcada pela honestidade intelectual, sensibilidade aos problemas do ensino e coragem.
O trabalho de Maria Nilde faz parte da história da educação brasileira desde os anos 60, e sua proposta de ensino vocacional como base da capacitação de trabalhadores resgata uma dívida social sem ter assumido uma forma assistencialista.

 

 




Publicado por: Assessoria de Comunicação