A Câmara Municipal de Americana realizou na quarta-feira (15) audiência pública para discussão do reajuste da tarifa do transporte coletivo em Americana. A realização da audiência foi solicitada através de requerimento de autoria do vereador Professor Padre Sergio (PT).
Participaram os vereadores Léo da Padaria (PC do B), Professor Padre Sergio, Thiago Martins (PV), Vagner Malheiros (PDT) e Welington Rezende (PRP), o diretor da unidade de transportes e sistema viário de Americana, João Batista Biagioni, e o consultor técnico da Mais Americana, Claudinei Castanha, além de representantes das empresas concessionárias do transporte público de Americana, entidades e população interessada no tema.
A audiência foipautada pelo debate do reajuste de 29,71% solicitado pelas empresas concessionárias do transporte público de Americana, que aumentaria o valor atual de R$ 3,50 para R$ 4,54. Na última semana, o prefeito Omar Najar indeferiu o pedido de reajuste da tarifa, alegando que os valores praticados nas cidades vizinhas giram em torno dos R$ 3,50 atuais.
O vereador Professor Padre Sergio deu início aos trabalhos relatando uma pesquisa de satisfação realizada por seu gabinete com 170 usuários do transporte coletivo. “Apenas 5,7% dos usuários se disseram satisfeitos. Eles reclamam do tempo de espera nos pontos de ônibus, ficando muitas vezes até uma hora esperando um ônibus”, disse. Segundo o parlamentar, o aumento da tarifa não é justificado pelo serviço oferecido. “Com tanta precariedade no transporte, só nos faz pensar que as empresas de ônibus não estão preocupadas com a qualidade disponibilizada para a população”, acrescentou.
De acordo com o diretor da unidade de transportes e sistema viário de Americana, João Batista Biagioni, dois dos itens que mais interferem no valor da tarifa são o número de passageiros e as gratuidades concedidas. “No início do contrato, as empresas transportavam cerca de 1,6 de passageiros por mês. Atualmente, este número chega a 800 mil, a metade. Já as gratuidades, ao longo do tempo, aumentaram muito, impactando na tarifa”, avaliou.
O consultor técnico da Mais Americana, Claudinei Castanha, apresentou as justificativas das empresas concessionárias para a solicitação da tarifa de R$ 4,54. “Tudo está previsto em contrato. Este valor foi alcançado após levarmos em conta todos os custos inerentes do sistema, como tamanho da frota, idade e quilometragem, índice de passageiros e consumo de combustível, por exemplo”, defendeu.
Durante a audiência, a população utilizou a palavra para apresentar sugestões e questionamentos sobre o tema. “Existem vários ônibus sem adaptação para pessoas com deficiência e vários que possuem não funcionam”, relatou Amanda Martins de Castro, representante do Coletivo Pula Catraca. “Meus filhos utilizam o transporte público e nós percebemos a desumanização desse serviço. Acredito que seja o momento dessa nova Câmara criar um projeto e colocar nas mãos do poder público o transporte da cidade, para ele ter o domínio, porque cabe uma humanização do serviço”, disse Cláudia Monteiro da Rocha, representante do Movimento Negro de Americana.
O vereador Professor Padre Sergio, autor do requerimento que motivou o debate, avaliou a audiência pública como positiva. “É muito importante a gente pensar num transporte coletivo de qualidade. As pessoas puderam vir até à Câmara e apresentaram sua opinião, nos deram informações para que possamos cobrar com mais propriedade. Estaremos vigilantes e atentos ao transporte do município”, concluiu.
Publicado por: Assessoria de Comunicação