Os vereadores Maria Giovana (PC do B) e Welington Rezende (PRP) protocolaram na secretaria da Câmara Municipal de Americana uma moção de apelo ao promotor de Justiça Dr. Clóvis Cardoso de Siqueira solicitando a intervenção do Ministério Público para a contratação de médicos para a rede pública de saúde de Americana.
No documento, os parlamentares destacam que, conforme informações da secretaria de Saúde, Americana perdeu 249 médicos de 2012 a 2017, sendo 129 na clínica básica e 120 na clínica especializada - uma média de três por mês.
“A saúde pública de Americana padece de um encolhimento histórico. A cidade perdeu nos últimos seis anos 249 médicos, o que é assombroso. E não houve contratação nesse período, haja visto os limites fixados na Lei de Responsabilidade Fiscal, impedindo a abertura de concurso público”, pontuou Maria Giovana.
“Na clínica especializada a primeira consulta com urologista, otorrinolaringologista, cirurgia vascular e dermatologia ultrapassa dois anos de espera e para determinadas especialidades como endocrinologia, gastroenterologia, neurocirurgia, pneumologia, reumatologia e cardiologia não há qualquer médico na rede pública do município. Esta realidade nos remete a regiões miseráveis do Brasil ou até mesmo a áreas de conflito”, avaliou Rezende.
Na moção, os vereadores pedem a intervenção do Ministério Público e destacam as dificuldades de atendimento na Unidade Básica de Saúde 13, do bairro Antonio Zanaga II, que possui apenas um clínico geral, e apresenta filas recorrentes de mais de 100 pessoas à espera de agendamento de consultas. Mencionam também a Unidade Básica de Saúde do bairro Mathiensen, que registrou recentemente uma fila de espera de cerca de 400 pessoas para agendamento de consultas.
“Levamos ao Ministério Público uma realidade que estampa os jornais e que causa vergonha ao homem público. É impossível que a saúde pública funcione sem médicos. O trabalho humano precisa existir para que a população seja assistida pelo SUS”, apontam.
Os parlamentares anexaram à moção um abaixo-assinado com a adesão de 179 pacientes solicitando a disponibilização de mais médicos. “À medida que o tempo passa e a prefeitura se perde em estudos inconclusos e sem resultado no campo da vida humana, a judicialização da saúde é o único alento para quem aguarda da caridade do SUS”, declarou Rezende, citando a sugestão feita ao Executivo para a criação de um consórcio de saúde a fim de auxiliar na contratação de médicos e enfrentar de forma regionalizada as demandas do setor.
* Com informações das assessorias dos parlamentares
Publicado por: Coordenadoria de Comunicação