História das eleições de Americana - Capítulo 10: A disputa MDB x Arena


Visualize fotos

Capítulo 10 - A disputa MDB x Arena 

 

Acompanhe a série completa na nossa página especial, clicando aqui.

 

 

Prefeito

Abdo Najar (1969-1972)

 

Presidentes da Câmara

Jessyr Bianco (1969-1970)

Wladimir Angelino Faé (1971-1972)

 

Com o Brasil ainda sob a sombra da ditadura, a população de Americana foi às urnas em 15 de novembro de 1968 para escolher prefeito e 15 vereadores para o mandato de 1969 a 1973. O sistema bipartidarista imposto pelo regime militar obrigou os partidos políticos a se reorganizarem em dois grupos: um alinhado com o regime (a ARENA, composta por políticos mais conservadores, a maoiora os extintos UDN e PSD) e outro na oposição (o MDB, formado por centro-esquerda e liberais democratas).

 

As eleições de Americana tiveram quatro chapas concorrendo à prefeitura, duas de cada partido. Pelo MDB, candidataram-se José Geraldo Bertini (então vereador) e Plínio Bonin em uma chapa e Abdo Najar (ex-vereador e candidato a vice derrotado na eleição anterior) e Gildo Boer (vice-prefeito eleito com Jairo de Azevedo em 1963, mas que acabou renunciando ao cargo por conta do golpe militar) em outra. Já pela Arena, concorreram Abrahim Abraham (prefeito de 1956 a 1960) com o vice Fernando Gonçalves e Francisco Pinto Duarte Filho com Anselmo Cione. 

 

Durante a campanha, Abdo Najar e Abrahim Abraham despontaram como favoritos e disputaram o votos urna a urna. Najar foi eleito com 7.296 votos, contra 5.035 do ex-prefeito, alcançando cerca de 39% dos votos válidos. Gê Bertini recebeu 3.551 e Francisco Pinto Duarte Filho, 1721. Durante sua gestão, diversificou o parque industrial de Americana, abriu novas ruas e deixou avenidas mais largas.

 

A campanha para vereador também foi dividida entre os dois partidos e o MDB saiu vitorioso, assim como aconteceu na campanha para prefeito: dos 15 vereadores eleitos, dez foram do partido de oposição e 5 da Arena. O ex-prefeito Jairo Azevedo, eleito em 1963 e removido do cargo, candidatou-se a vereador pela Arena mas obteve apenas 332 votos. Em franca ascensão política em Americana, Waldemar Tebaldi (MDB) foi o vereador mais votado, com 1.113 votos. Também foram reeleitos Décio Vitta, João Baptista de Oliveira Romano (ambos pela Arena) e Jessyr Bianco (MDB), que seria presidente do Legislativo em 1969 e 1970. 

 

Fundador do Jornal O Liberal, Jessyr foi funcionário concursado da Câmara Municipal por muitos anos na década de 50 antes de se eleger vereador. Durante seu mandato, ocorreu a mudança na Lei Orgânica do Município (promulgada na época pela Assembleia Legislativa) que permitia, por força de atos do sistema federal, a prorrogação do mandato dos presidentes dos legislativos. No entanto, Bianco não aceitou a prorrogação e presidiu a eleição de seu substituto, que seria Wladimir Angelino Faé. Em homenagem ao histórico de Jessyr Bianco, a biblioteca da Câmara Municipal leva seu nome, conservando jornais da cidade desde a década de 50 e livros relacionados a leis federais, municipais e estaduais.

 

         




Publicado por: Coordenadoria de Comunicação