A Câmara Municipal de Americana realizou na quarta-feira (23), no Plenário Dr. Antônio Álvares Lobo, a quarta reunião do Fórum Permanente da Saúde, instituído pelo decreto legislativo nº 960/2021, de autoria do vereador Silvio Dourado (PL). O tema central em debate foram as arboviroses – doenças causadas por vírus como dengue, zika e Chikungunya, que são transmitidas principalmente por mosquitos.
Participaram da reunião o secretário adjunto de Saúde, Fábio Correia Bartolomeu Joner; o médico infectologista da secretaria municipal de Saúde, Dr. Arnaldo Gouveia; o diretor da unidade de Vigilância em Saúde, Antonio Donizeti Borges; o responsável pelo programa municipal de controle da dengue, Antonio Jorge da Silva Gomes; o médico Dr. Renato Monteiro, como representante da Associação Paulista de Medicina, e Conceição Pagionato, representando o Conselho Municipal de Saúde.
Durante o debate, o Dr. Arnaldo Gouveia fez uma explanação sobre os arbovírus e como eles deixaram as áreas florestais, de onde são originários, para chegar aos ambientes urbanos. “Basicamente, todas as regiões do mundo têm problemas com arbovírus. Em áreas tropicais e subtropicais os transmissores são os mosquitos, pernilongos. Nas regiões mais frias, são os carrapatos”, explicou o médico infectologista, que mencionou o avanço dessas doenças, em especial da dengue, neste ano.
“Do ponto de vista de combate aos vetores, os últimos dois anos foram desastrosos porque todos os recursos foram direcionados ao combate de doenças respiratórias, em função da Covid. E não teve como não impactar no combate aos criadouros do Aedes (mosquito transmissor de arboviroses). Creio que isso tenha tido impacto na infestação do mosquito. Neste ano tivemos um grande surto. Ano que vem é difícil prever”, analisou.
Antonio Jorge da Silva Gomes detalhou as ações adotadas pelo Poder Executivo para combater a epidemia de dengue enfrentada pelo município em 2022, todas baseadas no plano nacional de controle da doença e amparadas por legislação municipal. Dentre as ações mencionadas, citou as visitas “casa a casa”; o controle de criadouros em um raio de 300 metros de onde há casos comprovados; o controle de imóveis estratégicos, como floriculturas, borracharias e reciclagens, onde há pouca movimentação de pessoas e grande oferta de criadouros, e o de imóveis especiais, como escolas, unidades de saúde e grandes empresas, nos quais há poucos criadouros potenciais, mas um grande fluxo de pessoas.
“Uma fêmea de mosquito pode infectar até 300 pessoas ao longo da sua vida. Então, imagine um mosquito infectado ou uma pessoa infectada que vá para uma escola com até duas mil pessoas e é picada pelo mosquito. Lembrando que a pessoa começa a transmitir um dia antes dos sintomas e permanece até quinze dias após”, frisou.
Antonio Donizeti Borges citou a iniciativa do vereador Silvio Dourado que sugeriu uma parceria com a secretaria municipal de Educação que movimentou 40 mil alunos como agentes propagadores de informações sobre a dengue. “Isso foi de grande valia. Chegam muito mais rápidas as informações para a população”, comentou, acrescentando o que entende ser vital para amenizar o problema. “Como a gente vai minimizar os casos de dengue? Acabando com os criadouros. Acontece que hoje você remove e uma semana depois, quando volta, reencontra o mesmo criadouro. Fora as residências que não deixam entrar. Então, temos esses problemas que encontramos no dia a dia”, citou.
Ao final da reunião, o vereador Silvio Dourado destacou o empenho das equipes da Vigilância Sanitária de Americana nas ações de combate à dengue e reforçou a importância de manter a atenção à doença.
“Queria parabenizar pelo empenho e todo trabalho desenvolvido e, como as ações propostas, é preciso ter continuidade e não aguardar apenas os tempos de chuvas. Porque às vezes, como é próprio do ser humano, quando as coisas estão um pouco melhores, a gente tende a ‘tirar o pé’. E, de repente, o problema retoma”, avaliou. “Também citar a importância dessa conscientização feita por meio dos alunos. Porque são eles que vão chegar em casa e dizer: mãe, pai, precisamos fazer a nossa parte”, completou Dourado.
Para a quinta reunião do Fórum, prevista para setembro, o tema definido foi uma discussão a respeito dos tratamentos e da redução de filas voltadas à oncologia em Americana.
O Fórum
O Fórum Permanente da Saúde tem como objetivo reunir informações, promover debates e realizar estudos a respeito da situação da saúde em Americana e elaborar, discutir e propor iniciativas legislativas ao setor, identificando problemas e traçando sugestões de planos de ação ao Poder Executivo.
O grupo de trabalho realiza encontros periódicos, a cada três meses, para levantar as necessidades em comum dos diversos segmentos envolvidos. “Grandes são as demandas da saúde, então pretendemos conversar sobre as realidades de cada setor e unir as competências”, destacou o parlamentar.
Participam do Fórum representantes da Câmara Municipal, secretaria municipal de Saúde, Fusame (Fundação de Saúde de Americana), Conselho Municipal de Saúde de Americana, Associação Paulista de Medicina, hospitais particulares e planos de saúde, universidades e convidados.
Para mais informações sobre o Fórum Permanente da Saúde, acesse a página especial no site da Câmara: http://www.camara-americana.sp.gov.br/Paginas/ForumPermanentedaSaude.
Publicado por: Coordenadoria de Comunicação