Em audiência pública, Câmara debate atendimento e proteção de animais silvestres


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Em audiência pública, Câmara debate atendimento e proteção de animais silvestres

 

 

A Câmara Municipal de Americana realizou na quarta-feira (15) uma audiência pública para debater ações para melhorar o atendimento à saúde e proteção de animais silvestres no município. A realização da audiência foi solicitada por um requerimento de autoria da vereadora Professora Juliana (PT).

 

Participaram a vereadora Professora Juliana, o representante da secretaria municipal de Meio Ambiente, Antônio Sidney Franzatto, o diretor do Parque Ecológico de Americana, João Carlos Tancredi, o representante da 1ª Companhia de Polícia Ambiental de Americana, Capitão André Manoel, o representante do Grupo de Proteção Ambiental (GPA) da Guarda Municipal de Americana, Inspetor Jonas Alécio, a presidente da Comissão de Defesa e Direitos dos Animais da OAB Americana, Dra. Nathália Fontes Canhan, a representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo, Ana Carolina Dalla Vecchia, e representantes de instituições e organizações não-governamentais ligadas ao tema da proteção e bem-estar animal.

 

Durante o uso da palavra, a vereadora Professora Juliana explicou o objetivo da audiência pública e falou sobre a importância da discussão do tema. “Toda audiência a gente se empenha em trazer a administração pública, pesquisadores e a sociedade civil organizada. Muitas vezes o debate sobre a causa animal acaba se limitando a questão dos animais domésticos, mas nesta noite estamos pensando nos animais exóticos e silvestres. As notícias envolvendo o caso do leão do Parque Ecológico também são um tema que despertou bastante atenção, mas não podemos nos limitar a essa questão. Precisamos pensar também no mapeamento da fauna de toda região, até mesmo para ponderarmos como a expansão imobiliária afeta essa biodiversidade”, comentou.

 

O diretor do Parque Ecológico de Americana, João Carlos Tancredi, falou sobre o trabalho desenvolvido no zoológico e respondeu a questionamentos sobre a morte do leão Nagan. “O leão já era idoso quando chegou ao Parque Ecológico, porque não tinha mais condições de permanecer no local em que estava. Atingiu a idade de 24 anos, que é muito avançada para um leão em cativeiro. Nós fizemos todos os procedimentos necessários para que a autópsia fosse realizada e o leão estava com 80% do fígado comprometido. Esse não é um problema que apresenta sinais visíveis. O Parque Ecológico passa por vistorias constantes e atende a todos os padrões e leis de cuidados aos animais”, disse.

 

A veterinária Cristina Harumi Adania, representante da ONG Associação Mata Ciliar, falou sobre as experiências vividas pelas instituições de proteção animal e destacou a importância da formulação de políticas públicas. “Precisamos todos nos unir e trabalhar numa única política. Animais silvestres estão sujeitos não só a atropelamentos e tráfico, mas a doenças que estão espalhadas por falta de políticas voltadas à proteção. Precisamos potencializar áreas para que não precisemos colocar os animais em cativeiros, queremos que eles mantenham a vida livre”, observou.

 

A representante do movimento G 269, Maria Eugênia Carreteiro, criticou a existência de zoológicos e defendeu a criação de santuários de preservação e proteção animal. “As cidades em todo Brasil têm o mesmo problema, nunca há para onde encaminhar animais silvestres que chegam para as autoridades. Já temos artigos científicos que apontam que os zoológicos são fator primordial para a existência do tráfico de animais silvestres. No Brasil, menos de 10% das pessoas que entram nos zoológicos recebem algum tipo de educação ambiental, são espaços vistos essencialmente para lazer. Nós temos que lutar para que exista uma norma legal para a existência de santuários e é preciso não existir mais visitação em zoológicos. É preciso que haja um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e um Centros de Triagem de Animais Silvestres”, defendeu.

 

Ao final da audiência, a vereadora Professora Juliana avaliou o resultado do debate como positivo. “Com as sínteses das nossas discussões, faremos um relatório para enviar à administração pública, onde conste um resumo das fragilidades no município dentro dessa pauta e aponte políticas para resolução. Queremos levar um relatório que aponte o que pode ser feito no nosso zoológico voltado a essa transição de mentalidade sobre o papel do zoológico como espaço de preservação da biodiversidade, especialmente através da pesquisa e da educação ambiental”, finalizou.




Publicado por: Coordenadoria de Comunicação