A Câmara Municipal de Americana realizou na quinta-feira (20) sessão solene para a entrega de medalhas de mérito “Herbert de Souza – Betinho” a Ângela Maria de Oliveira, Rafael Pinto de Oliveira, Victor Chinaglia e Jânio Carneiro de Oliveira, pelas ações realizadas na área social do município. As homenagens foram motivadas por decretos legislativos de autoria dos vereadores Juninho Dias (PSD) e Thiago Brochi (PL) e do vereador da 17ª legislatura Odair Dias.
A medalha de mérito Herbert de Souza - Betinho é concedida a pessoas, grupos e entidades que tenham se destacado na área de ação social e mobilização popular. Durante o uso da palavra, o presidente da Câmara, vereador Thiago Brochi, destacou o papel da Força Patriota Estudantil (FOPE) no cuidado de jovens em várias cidades e enalteceu o trabalho desenvolvido por Ângela de Oliveira, sua homenageada. “Nós temos pessoas aqui cujas histórias são marcadas pela grandeza. É gratificante ver uma mulher, vestindo uma farda a apaixonada pelo que fez, desempenhando um trabalho que tem avançado para mais de 150 municípios e permitindo que crianças e adolescentes façam o bom caminho”, disse.
A importância do trabalho em benefício das pessoas que necessitam de assistência social foi ressaltada pelo vereador Juninho Dias. “Eu sou fã das pessoas que tiram um tempo de suas vidas para fazer o bem ao próximo, sempre sendo justos para os que mais precisam e fazendo a diferença. Eu sou grato a Deus e à amizade que tenho pelo meu indicado, o Rafael Beri, que muito fez parte da minha trajetória”, falou.
Odair Dias elogiou a dedicação dos indicados em causas sociais. “Uma noite de alegria e prazer por estarmos aqui homenageando pessoas que fazem o bem para a sociedade atual e as futuras gerações, muitas delas se dedicam mais aos outros do que a si mesmas. Estamos essa noite reverenciando o legado que está sendo deixado em prol do desenvolvimento social da cidade de Americana, e por isso parabenizo o Victor e o Jânio”, disse.
A homenageada Ângela de Oliveira dedicou a medalha a todos os educadores e assistentes sociais que atuam no FOPE. “Betinho dedicou sua vida a combater a fome e as desigualdades sociais, seu legado nos inspira a continuar lutando para que todas as crianças do Brasil tenham um futuro com muita dignidade. Não é fácil, é um trabalho que precisa de muita paciência e amor, mas cada vitória que vemos na vida dessas crianças nos mostra que é sempre possível fazer a diferença”, discursou.
Jânio de Oliveira agradeceu o empenho das comunidades que atuam na luta pelo direito à moradia. “Nós ficamos muito felizes com essa homenagem, e tenho certeza que ainda teremos muitas noites de vitórias. É com muita felicidade que vemos nossos companheiros presentes aqui na Câmara hoje, agradeço aos vereadores pela indicação”, observou.
O trabalho social para garantir dignidade na área de habitação foi destacado por Victor Chinaglia. “Quero agradecer à família Roseli Nunes e a todos os vereadores que estão aqui presentes. Vocês não imaginam a importância dessa medalha para a nossa luta, que vem sendo travada há dezoito anos. Como arquiteto eu tenho a obrigação social de atuar no sentido de resolver a questão das moradias, ainda mais sendo uma medalha que leva o nome de Herbert de Souza, uma honra”, discursou Chinaglia.
Ao final, Rafael Beri compartilhou sua história voltada às comunidades mais carentes. “Nós sempre defendemos os oprimidos, era um sonho nosso poder trabalhar cada vez mais para ajudar as pessoas mais pobres. Nossa trajetória começou pensando nas crianças e o que sempre tive em mente era poder dar voz ao povo e fazer a diferença”, concluiu.
Homenageados
Ângela Maria de Oliveira
Ângela Maria de Oliveira, mãe de três filhos, prestadora de serviços em esmaltação de resina em joias. Sempre apaixonada por crianças, cursou magistério e em 2017 conheceu o projeto do FOPE (Força Patriota Estudantil), se tornando mãe social de várias crianças, chegando a abrigar várias delas em sua residência.
Logo no início do seu trabalho, mostrou grande aptidão ao lidar com os jovens e em 2020 foi convidada a iniciar a sua própria Cia, iniciando com 14 alunos. Foi então que nasceu a 24ª cia FOPE de Americana, que chegou a ter 150 alunos.
A FOPE busca promover uma série de temas sociais importantes, conscientizando os alunos da importância de entender e ajudar o próximo. A FOPE é uma oportunidade para os jovens se envolverem em questões sociais relevantes e contribuírem para uma sociedade mais inclusiva, saudável e consciente. Um dos aspectos fundamentais é a promoção da inclusão. Por meio de suas atividades e programas, a FOPE busca garantir que todos os participantes, independentemente de sua origem, gênero ou condição socioeconômica, tenham oportunidades iguais de participar e prosperar.
A FOPE está envolvida em ações sociais, como arrecadação de alimentos, para ajudar comunidades carentes e promover a solidariedade e o espírito de cooperação entre os participantes. Por fim, a FOPE promove o patriotismo e o amor à pátria, inspirando os participantes a servir ao seu país com orgulho e dedicação. Isso inclui o desenvolvimento de valores cívicos e éticos, bem como o respeito pelos símbolos nacionais e pela história do país.
Ao longo destes anos Ângela pode ajudar muitas famílias e jovens, auxiliando na sua capacitação, tornando-os cidadãos conscientes, solidários e comprometidos com o bem-estar da comunidade e de seu País, sem contar com os trabalhos sociais, ajudando famílias que mais necessitam com alimentos, roupas entre outras necessidades.
Rafael Pinto de Oliveira
Rafael Pinto de Oliveira, mais conhecido como Beri, nasceu e cresceu no bairro Antônio Zanaga, onde construiu suas raízes. Desde criança, Beri já demonstrava traços de liderança, tendo fundado um time de futebol na região onde morava chamado '' Unidos da Rua 78''. Como líder da equipe passou a buscar patrocínios para que o time pudesse participar de amistosos, buscando também auxílio para uniformes e alimentos para as confraternizações com as crianças.
Desenvolveu na época estudantil afinidade com os eventos sociais escolares e, também, nas igrejas da região. Aos 12 anos de idade, iniciou sua amizade daquele que seria seu parceiro ao longo dos anos, Juninho Dias. A partir do convívio com a família, Rafael ficou mais inserido no voluntariado, já que Paulinho e Izabel Dias ofertavam aulas de karatê gratuitas no bairro.
Conhecendo cada vez mais o trabalho social, Beri entendeu a necessidade de fazer mais pelos outros quando participou do seu primeiro Jantar Solidário, oferecido pela família Dias à população carente no período de Natal. Desde desse primeiro contato, se tornou um grande voluntário da causa, sempre ajudando nas ações sociais do que futuramente viria ser o Instituto Jr Dias.
O trabalho cresceu e se consolidou e Beri continuou a servir à população através de auxílio nas modalidades e eventos realizados pela entidade. Saindo da atuação exclusiva no Zanaga, junto ao Instituto passou a alcançar mais famílias em vulnerabilidade social no município de Americana.
Beri é peça fundamental das ações do Instituto, seja acompanhando as modalidades oferecidas, organizando e participando dos eventos realizados, buscando parceiros e patrocínios, e oferecendo apoio às famílias através das ações sociais como doações de alimentos.
O trabalho incansável do homenageado em favor do instituto tem gerado frutos até os dias de hoje, pois tocou e continua tocando diversas vidas de crianças e adolescentes e até adultos no município, transformando histórias e oferecendo sonhos junto com uma qualidade de vida melhor através do esporte.
Jânio Carneiro de Oliveira e Victor Chinaglia
Jânio Carneiro de Oliveira e Victor Chinaglia tiveram suas origens em dois países diferentes, um no Brasil agrário e outro no urbano, mas com contradições, violência de classe e tradições de resistência do povo brasileiro, camponês ou operário.
Natural de Paratinga-BA, Jânio começou a luta pela terra aos 14 anos em Bom Jesus da Lapa e Serra do Ramalho na Bahia, em movimentos camponeses espontâneos do sertão baiano em companhia de seu pai e irmãos.
Já adulto, seguindo o caminho de milhares de trabalhadores vem a São Paulo, aderindo ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra-MST e segue para Campinas, participando ativamente de várias lutas pelo direito à moradia.
Victor Chinaglia nasceu em São Paulo no ano de 1967 em plena ditadura militar, em uma família de militantes políticos que foram presos e torturados pelo Regime, fato que o influenciou em sua formação ideológica e senso de justiça social, juntamente o que o levou a militar no Partido Comunista Brasileiro-PCB aos 16 anos de idade seguindo os passos de seus avós e pais.
Formado em arquitetura e urbanismo na PUC de Campinas em 1990, participa em 1985 da legalização do Partido Comunista Brasileiro e resolve aderir ao PCdoB em Campinas em 1992.
Como dirigente do PCdoB veio para Americana e conheceu o prefeito Valdemar Tebaldi, que tinha sido preso durante a ditadura. Começou a trabalhar como arquiteto-urbanista na prefeitura chegando a assumir a secretaria de planejamento, e depois a ser secretário do Meio Ambiente, já na gestão de Erich Hetzl.
O primeiro contato com Janio foi em 2006, após uma ocupação em uma área desapropriada pelo INSS no Sítio Boa Vista, na região do Pós Represa, em Americana. Projetou em parceria com os técnicos do INCRA a agrovila-industrial que depois viria a ser o Assentamento Milton Santos.
Victor e Jânio se reencontram na luta contra o Aterro Sanitário, que por estar no Pós Represa é construído apesar da resistência dos moradores da região. Ambos retomam a trajetória de luta contribuindo com os movimentos sociais do Pós Represa, auxiliando nas soluções legais de regularização fundiária do Assentamento Milton Santos, Bairro Monte Verde, Acampamento Roseli Nunes e Coopehesp – Granja Coave.
Fundam em 17 de Agosto de 2018 a CENTRAL DE MOVIMENTOS DE LUTA PELA TERRA – CMLT e estabelecem a primeira fábrica de tijolos ecológico no Bairro Monte Verde, transferem a Cooperativa Braço Forte para lá dando serviço para seus moradores e fundam em 8 de fevereiro de 2020 a CAMPONESA, COOPERATIVA DE AGRONEGÓCIO DE PRODUTOS LIVRES DE AGROTÓXICOS” para produzir e comercializar a produção do Milton Santos e do Acampamento Roseli Nunes.
Jânio e Victor estiveram o tempo todo não ao lado, mas juntos à essa família chamada Central de Movimentos de Luta Pela Terra, organizando, lutando e reivindicando seus direitos constitucionais. Por esses e muitos outros motivos, recebem nesta noite da Câmara Municipal de Americana a medalha de mérito Herbert de Souza – Betinho estendendo a homenagem a todo Movimento e seus dirigentes.
Publicado por: Coordenadoria de Comunicação