Importância da terapia ABA para pessoas com autismo é tema da Tribuna Livre da Câmara


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A Tribuna Livre da Câmara Municipal de Americana foi utilizada durante a sessão ordinária desta terça-feira (19) pelos membros do Grupo de Mães Acolhedoras do Autismo (GRUMAA), Carina Cristina Cardoso de Siena e Diogo Freitas, para falar sobre a importância da Terapia Comportamental Aplicada (ABA, na sigla em inglês) para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

 

Durante seu discurso, Carina Siena, que é mãe de criança com autismo, defendeu a oferta da terapia pelo poder público municipal para todas as crianças diagnosticadas com o transtorno em Americana. “A terapia tem comprovação cientifica. Meu filho não reconhecia nem as pessoas ao seu redor, hoje a situação mudou. Nós temos situação de mães que sofrem agressões físicas de filhos jovens e adultos, que não passaram por tratamento adequado. É uma situação de angústia, nós queremos que a prefeitura possa nos acolher e que nossos direitos saiam do papel”, disse.

 

O orientador filosófico Diogo de Freitas explicou que a ABA é fundamental para promover senso de autonomia. “Nós vivemos com a constante expectativa do futuro, quando não estaremos aqui para cuidar de nossos filhos. A terapia recria ambientes com papeis sociais muito bem definidos e ajudam essas crianças a terem autonomia para ações simples como tomar banho, dar descarga ou comprar comida, precisamos da empatia do poder público”, apontou.  

 

Os vereadores utilizaram a palavra para debater o tema. O vereador Vagner Malheiros (NOVO) falou sobre a necessidade de apoio do Conselho Tutelar. “Hoje temos um promotor que abriu um inquérito para averiguar a oferta da terapia ABA aqui em Americana. Atualmente cinco pessoas tiveram a terapia suspensa, e os laudos técnicos são fundamentais, porque a suspensão do tratamento é uma violação aos diretos das crianças e adolescentes. Mesmo que exista receio da prefeitura em custear o serviço devido ao Tribunal de Contas do Estado, é preciso que se busque uma alternativa”, pontuou.

 

A oferta do serviço pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) foi observada por Gualter Amado (PDT). “Cuidar de uma pessoa com autismo não é uma despesa, é garantir que essa pessoa dependa menos do Estado no futuro. A APAE, como instituição filantrópica, acaba sendo afetada quando o financiamento é cortado, afetando crianças com deficiência e autistas. O Poder Legislativo tem papel muito importante para fomentar essa discussão e levar essa questão para toda nossa sociedade e para os outros poderes públicos”, explicou.

 

 

Ao final, Leco Soares (Podemos) informou que há investimentos públicos previstos para construção de centro de apoio em Americana. “Nós estamos buscando alternativas para implantação de salas para tratamento de pessoas com autismo, tanto que na semana passada estive em uma audiência pública no Congresso Nacional sobre novos medicamentos. A APAE oferece um tratamento maravilhoso, mas a busca por centros de referência vem de organizações da sociedade civil e do Ministério da Saúde. Por isso buscamos os recursos para a construção em Americana”, concluiu.