“Americana é um exemplo a ser seguido. Das 124 cidades do Estado de São Paulo pelo qual o departamento é responsável, a Fusame é considerada um hospital modelo no que se refere à captação de órgãos”, afirmou o médico Adriano Fregonesi, coordenador do Departamento de Procura de Órgãos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) durante o 8º Encontro do Parlamento Metropolitano, realizado na manhã de hoje (30/09) na Câmara de Nova Odessa. O profissional destacou Americana diante dos parlamentares que representavam 12 das 19 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas), após ser questionado pelo presidente da Câmara, Reinaldo Chiconi, sobre as maneiras do Poder Público ajudar.
“Ficamos muito felizes em saber que o município está à frente, diante de um problema social tão grave e de números ainda inexpressivos. Foram destacados os médicos Dalmo e Eduardo, da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Fusame, que conseguem superar os obstáculos e realizar um ótimo trabalho”, complementou o vereador.
Fregonesi apelou aos vereadores para que apóie o trabalho de conscientização junto à população, juntamente com as Prefeituras de suas cidades, já que uma campanha como esta do Parlamento só terá efeitos representativos se não for isolada, mas feita constantemente e esclareceu que a doação de órgãos vitais, como rins, fígado e coração, é totalmente legal, benéfica e não oferece qualquer risco às famílias, sendo um ato voluntário de solidariedade à vida. “A doação e transplante destes órgãos só pode ser feita após morte encefálica; quando há a parada total e irreversível de todas as funções do cérebro do doador, somente o coração é que continua a bater devido a um mecanismo próprio. Esse diagnóstico é feito com responsabilidade e credibilidade”, explicou o médico.
Segundo ele, os principais problemas, que impedem o avanço das doações de órgãos é a recusa familiar, que aumenta a cada boato indevido de tráfego de órgãos ou outros preconceitos e também a falta de notificação de potencial doadores por parte dos hospitais, que devem ter a estrutura necessária para um diagnóstico demorado como este, em torno de seis horas. De acordo com o especialista, o Brasil tem cinco doadores para cada um milhão de habitantes por dia, enquanto em um país com maior número de doadores, como a Espanha, o número sobe para 35. A fila de pessoas que aguardam rim na Unicamp é de 1,8 mil pessoas e a espera é em torno de cinco anos.
Os vereadores foram convidados a participar do Fórum de Inovação Tecnológica de Campinas, que será em dezembro, da palestra sobre a Crise Política no Brasil, no próximo dia 17 e do Programa de Formação Legislativa do Parlamento Metropolitano, oferecido pela Interlegis a vereadores e funcionários. “Essa reciclagem é importante para nós, representantes da população e formadores de opinião. Precisamos saber informar a população”, concluiu Chiconi.
Publicado por: Assessoria de Comunicação