Presidentes e vereadores de sete municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas) se reuniram, na manhã de hoje, na Câmara de Americana, a convite do presidente Reinaldo Chiconi (sem partido). A vereadora Lurdinha Ginetti (PDT), também membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, também acompanhou os parlamentares e assessores de Santa Bárbara d´Oeste, Sumaré, Campinas, Cosmópolis, Indaiatuba e Valinhos para conhecerem a estrutura da nova sede do Naia (Núcleo de Atendimento Integrado de Americana) e do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Americana, recém transformado em RDE (Regime Disciplinar Especial).
Chiconi teve a iniciativa de recebê-los após saber que viriam conhecer a cadeia. A visita foi definida durante reunião, no último dia 29, dos presidentes de Câmaras da RMC, em Sumaré. “Achei importante motivá-los a conhecer o Naia, já que é um modelo de atendimento ao menor infrator e um assunto ligado à segurança de toda a região. Os vereadores querem manter contato e propor o modelo aos seus prefeitos”, garantiu o vereador.
Após tomarem um café no plenário da Câmara de Americana, um grupo de cerca de 40 pessoas esteve no Naia, onde foi recebido pela presidente Terezinha Rondelli e sua equipe de trabalho. A presidente da instituição mostrou as dependências aos visitantes. O prédio integrado tem celas que comportam até 10 menores e salas destinadas aos 12 parceiros do projeto, como psicólogos e pedagogos das secretarias municipais, Promotoria, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho Tutelar e outros, inclusive Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).
Hoje permanecem internados no espaço - onde poderão ficar até o período de 45 dias - dois adolescentes na Unidade de Atendimento Inicial (UAI) e quatro na Unidade de Internação Provisória (UIP). “O Nai vai além da custódia, ele e sua família recebe atendimento aqui, encaminhamento pedagógico e sai repensando seu projeto de vida. Isso vale para reduzir o número de atos infracionais e internações nas Febens, comprovando o desenvolvimento de trabalho sócio-educativo no município”, expôs Terezinha, que salientou a importância de cada cidade criar seu próprio Nai, atendendo ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
A vereadora Lurdinha conversou com os adolescentes e com membros da equipe e pôde comprovar a motivação desses profissionais e o contentamento desses menores. “Nesse modelo ele é mais valorizado, tem atenção e é esse o caminho, não marginalizar, mas educar e dar espaço para a recuperação”, disse a vereadora.
Ao ser questionada por Chiconi para contar sobre as dificuldades enfrentadas para a implantação efetiva do Naia e a resistência da sociedade, Terezinha explicou que a reação foi resultado da falta de conhecimento. “Tínhamos apenas o exemplo de São Carlos, agora temos um em Americana, que pode ser adotado como modelo de referência aos demais municípios da região”, complementou ela.
Terezinha também se posicionou contrário ao possível recebimento de menores de cidades vizinhas, como Nova Odessa, conforme citada pelo vereador Ângelo Roberto Réstio (PV). “O trabalho deve ser feito dentro das políticas e realidades de cada município”, defendeu a presidente do Naia. Esse é também o entendimento dos vereadores Chiconi e Lurdinha, que se colocaram à disposição para ajudar politicamente os demais municípios, para que utilizem Americana como exemplo.
Grupo também visitou dependências do RDE
Um grupo de 24 pessoas também visitou as dependências do RDE e foi atendido pelo diretor Newton Lara. O delegado explicou que a cadeia, que antes abrigava 576 presos, hoje permanece com 293, já que são internos transferidos para receberem “correção provisória”, portanto, só têm direito a banho de sol e consulta com advogado, em dias alternados, e leitura restrita à bíblia. “Outros livros, futebol e visitas íntimas são proibidos nesse sistema”, explicou Lara.
Lurdinha e Chiconi conversaram com o delegado sobre a possibilidade do aumento no número desses detentos e possíveis problemas à população e o diretor garantiu que “isso não irá acontecer e que o quadro de funcionários permaneceu o mesmo para atender um número menor de presos, fato que propiciou mais tranqüilidade e segurança na cadeia”.
Publicado por: Assessoria de Comunicação