Galeria 12 de Novembro - Centenário de Emancipação Política de Americana
Concretizada em 12 de novembro de 1924, com a promulgação da Lei Estadual 1.983, a história da emancipação política de Americana foi possível graças à união de esforços e ao empenho da população, que desejava melhores condições de vida e sonhava com o desenvolvimento de Villa Americana.
A reinauguração da Fábrica de Tecidos Carioba pela família Müller em 1902 teve papel fundamental no crescimento da vila. A expansão da atividade econômica propiciou o aumento populacional e o desenvolvimento de Carioba e do então distrito, através da construção de prédios públicos como escolas, posto policial, cadeia e posto médico.
A criação do Distrito de Paz de Villa Americana com a Lei Estadual 1916, em 30 de julho de 1904, oficializou os limites do território e fez com que os registros civis de nascimentos, casamentos e mortes passassem a ser feitos aqui e não mais em Campinas, possibilitando um acompanhamento mais detalhado do crescimento de Villa Americana. Com isso, passou a ser criada uma identidade local.
Em maio de 1913 é inaugurado o prédio da subprefeitura, em área doada por Sebastião Antas de Abreu. Após a emancipação, o prédio abrigaria a prefeitura e a Câmara até os anos 40. O crescimento econômico e populacional fez com que Villa Americana se destacasse como o distrito mais próspero de Campinas. Conforme dados do orçamento campineiro para 1917, Villa Americana era o distrito que possuía maior orçamento total, de 40 contos de reis, contra 17 contos de réis de Souzas, o segundo maior.
Apesar da alta arrecadação de impostos registrada na vila, a população via a necessidade de investimentos em infraestrutura. O distrito ficava distante do centro de Campinas e havia o sentimento de que, por isso, não recebia a atenção necessária. A partir daí, teve início a mobilização para que fosse criado um novo município, cadministração própria. Os moradores se unem e um abaixo assinado com mais de 400 assinaturas é encaminhado a São Paulo pedindo providências.
Atendendo aos anseios crescentes da população, em 1917 é protocolado na Câmara dos Deputados de São Paulo, pelo deputado estadual Dr. Antônio Lobo, então presidente do legislativo estadual, um projeto de lei criando o município de Villa Americana.
O projeto é encaminhado ao Senado Paulista e tem início, então, uma batalha travada nos bastidores políticos. A comissão de Estatística solicitou informações ao juiz de direito de Villa Americana e à Câmara Municipal de Campinas para confirmar que os critérios mínimos para a criação de um novo município fossem atendidos: população superior a 10 mil habitantes, sede principal com pelo menos 100 construções e mil habitantes e a existência de prédios com capacidade e condições para o funcionamento da administração municipal.
A disputa se deu com relação ao número de habitantes. Enquanto o Juiz de Direito estimou em 11 mil a população do distrito, a Câmara de Campinas realizou um censo em 1918 que apontou cerca de 7 mil habitantes. Os villa-americanenses se revoltaram e apresentaram documentos alegando que o censo havia deixado de fora, de propósito, diversos povoados e regiões do território.
A tramitação do projeto foi paralisada até 1919, apesar do parecer favorável da comissão. Após anos de espera e impasse, foi necessário um recenseamento federal, realizado em 1922 por ocasião do centenário da independência do Brasil, para comprovar de fato que Villa Americana possuía a população mínima necessária.
Vencida esta etapa, o ano de 1924 foi marcado por idas e vindas na redação final do texto da lei, visando confirmar os limites definitivos do território.
Finalmente, após aprovada pelos deputados paulistas, é promulgada em 12 de novembro a Lei Estadual 1983, criando oficialmente o município de Villa Americana. Começava uma nova era de progresso e desenvolvimento para a nossa querida cidade.