Desde que mundo é mundo, desde que a convivência social se tornou uma imperiosa necessidade à preservação da espécie humana, a incapacidade das pessoas em conviver com as diferenças já se fazia presente. Um breve olhar sobre os primeiros povos e suas regras sociais, evidencia a prevalência de direitos para uns e deveres para outros. A questão da idade e do gênero, por si só, já é fonte interminável de tratamentos desiguais oferecidos aos idosos ou ao jovens, às mulheres e, em uma história mais recente, àqueles que buscam uma terceira via para a vivência de sua sexualidade. Embora ainda não recebesse o nome de bullying, as diversas formas de atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam o outro já se fizeram presentes nas vidas de muitos adultos. A sociedade, porém, incluindo os pais e as escolas, não dava muita atenção para o fato de que ofensas bobas pudessem gerar muitas tentativas de suicídios entre adolescentes, bem como outras atitudes marcadas pelo desespero. Do registro de vários casos na Europa, em meados do ano 2000, a discussão se alastrou pelo mundo, com especial destaque a partir do registro de inúmeros casos em que o sofrimento das vítimas do bullying se transformou em vingança, provocando a morte de muitas pessoas inocentes. Essa ocorrência se verificou principalmente nas escolas, ambiente sócio-cultural mais favorável à sua prática. Geralmente tudo começa com uma liderança negativa sobre um grupo de alunos que escolhe alguém para ser o seu saco de pancadas. Essas covardes práticas são sempre executadas dentro de uma relação de desigualdade de poder, ou seja, a vítima é alguém fragilizado, por ser menor fisicamente ou por não saber se defender. Os motivos são os mais banais possíveis: pode ser por características físicas que o diferenciem dos demais ((alto ou baixo, magro ou gordo, por exemplo), por óculos ou aparelhos nos dentes, por destacar-se positivamente como aluno e ser valorizado pelos professores, por ser bem comportado, enfim, por qualquer razão. Conheço um caso em que o bullying aconteceu porque o adolescente gostava de passear na companhia dos pais, ocorrência cada vez mais rara nos dias atuais. A triste realidade é que o bullying traz dor, angústia, sofrimento e as suas conseqüência são imprevisíveis. E a vítima sabe que não tem como fugir e, muitas vezes, tem vergonha e medo de contar aos pais ou aos professores, condenando-se à solidão. O mais perigoso é que ao solitário sofrimento soma-se o desejo de vingança, o qual pode se materializar. Os autores de bullying são criativos no seu desejo de ver o outro sofrer, optando entre as diversas formas dessa danosa iniciativa: bullying verbal, físico e material, psicológico e moral, sexual e até virtual. Trata-se de um problema mundial, sendo encontrado em todo e qualquer lugar e ambiente ( urbano ou rural), envolvendo todo tipo de classe social. Embora seja mais usual a sua prática ser assumida por meninos, há registros de bullying de autoria feminina. As meninas, porém, costumam usar outros tipos de recursos que não a dos punhos ou da força física. Há também a incidência de que pessoas adultas utilizam essas práticas para torturar crianças e adolescentes. Os personagens dessa triste realidade são os seguintes: ALVOS/VÍTIMAS - alunos ou pessoas que só sofrem bullying; ALVOS/AUTORES - alunos ou pessoas que ora sofrem, ora praticam bullyng; TESTEMUNHAM - alunos ou pessoas que só presenciaram a prática do bullyng. As crianças que sofrem bullying poderão não superar, parcial ou totalmente, os traumas sofridos na escola. Poderão crescer com sentimentos negativos, com baixa auto-estima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento. As crianças que testemunham o bullying também se vêem afetadas por esse ambiente de tensão, tornando-se inseguras e temerosas de que possam vir a se tornar as próximas vítimas. A família e a escola precisam se unir para enfrentar o bullying.Seu filho pode não contar a você que está sofrendo bullying na escola, portanto, fique atento a esses sinais que ele pode apresentar: agir de forma estranha, geralmente se isolando; aparecer com sinais de trauma como ferimentos ou hematomas sem explicação; chegar com roupas rasgadas; demonstrar medo de ir à escola; ter problemas para dormir e apresentar mudanças de humor, dentre outros. Nesses casos, os pais devem informar a escola sobre o fato identificado. As escolas devem promover amplo diálogo com a comunidade escolar, buscando a conscientização de todos sobre a gravidade do bullying e a necessidade de se combatê-lo. Os encaminhamentos devem ser assumidos em conjunto, de acordo com a realidade de cada escola. Os adultos, em especial os pais e professores, devem servir de referência às crianças e alunos, reforçando neles, através de seus testemunhos de vida, que as diferenças devem ser preservadas, combatendo-se, isto sim, as desigualdades.
Divina Bertalia (PDT) é vereadora em Americana
Publicado em: 02 de outubro de 2011
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