---

 

A Câmara Municipal de Americana realizou na quarta-feira (23) a sexta reunião do Fórum Permanente da Saúde, instituído pelo Decreto Legislativo nº 960/2021, de autoria do vereador Silvio Dourado (PL). No encontro, os participantes dialogaram a respeito do tema “Saúde Mental: avanços, perspectivas e desafios”.

 

Participaram, além de Dourado, os vereadores Leco Soares (Podemos), Leonora Périco (PDT) e Professora Juliana (PT); a diretora-superintendente da Fusame (Fundação de Saúde do Município de Americana), Lilian Franco de Godoi; a representante da secretaria municipal de Saúde, Simone Maciel; a supervisora da Unidade de Saúde Mental e CAPs (Centros de Atenção Psicossocial) da secretaria de Saúde, Paula Maria Martins Reimão; a coordenadora do curso de Psicologia do Centro UNISAL, Marcia Calixto; a coordenadora do curso de Psicologia da FAM, Cristiane Correia; .

 

Estiveram presentes ainda a psicóloga da APAE Americana, Paula Rosa; a nutricionista Lívia Torres Bassetto; o médico João Cristiano Hansen; a psicóloga do Instituto Nexo, Fernanda Garcia; a pedagoga Juliane Coan; o representante da Associação Paulista de Medicina, Renato Monteiro; e o presidente do Conselho Municipal de Saúde, José Francisco Lembo.

 

Pandemia da Saúde Mental

 

De acordo com a supervisora dos CAPs, Paula Reimão, após o período da pandemia de Covid-19 houve um aumento exponencial nos diagnósticos e encaminhamentos para o setor de saúde mental, o que foi provocado principalmente devido a necessidade de quarentena e isolamento social.

 

“Após a pandemia do coronavírus, o mundo passa hoje pela pandemia da saúde mental. Há muitos pacientes sendo diagnosticados na atenção primária. Hoje Americana conta com três centros, o infantil, adulto e para álcool e drogas; porém, precisamos qualificar melhor o porquê do aumento desses encaminhamentos. Temos que nos atentar ao contexto social da pandemia, é um período onde também houve aumento da violência doméstica”, explicou.

 

Segundo ela, aumentaram casos de diagnóstico de autismo na rede municipal de saúde. Paula explicou que, atualmente, o atendimento psicológico tem sido regionalizado pela prefeitura municipal, com a possibilidade de tratamento em unidades básicas, enquanto o tratamento de pacientes intensivos é direcionado aos CAPs.

 

A diretora da Fusame, Lilian Godoi, apontou que aumentaram as queixas por depressão e níveis de ansiedade, tanto em crianças e adultos. “Não basta a existência do equipamento público, é preciso adaptar a rede de atenção básica para essa realidade e prover o matriciamento adequado, um modo de produzir saúde que reúne duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada que resulta numa proposta de intervenção pedagógico-terapêutica”, disse. 

 

Ainda durante o encontro, especialistas dos cursos de psicologia compartilharam dados sobre a situação da saúde mental em Americana e em todo o mundo. “Em 2019, o suicídio representou 1% de todas as mortes no país, sendo que 58% dos casos ocorreram antes dos 58 anos de idade. Pessoas em condições graves de saúde mental morrem, em média, dez ou vinte anos mais cedo que a população em geral”, destacou a coordenadora do curso de Psicologia do Centro UNISAL, Marcia Calixto.

 

A reposta do poder público e necessidade de integração

 

O vereador Silvio Dourado destacou que milhões de adolescentes sofrem com algum tipo de transtorno e que é preciso integrar a sociedade e os profissionais de saúde. “Segundo a OMS, 18 milhões de brasileiros convivem com transtorno de ansiedade, no mundo essa taxa atinge 14% de todos os adolescentes”, comentou.

 

Ao final da reunião, Dourado avaliou o resultado do debate como positivo e destacou a importância do tema. “Com esse fórum, nós temos a perspectiva de integrar os profissionais de saúde, a sociedade e o poder público. A questão da saúde mental demanda intervenções na área da saúde, mas também precisa envolver a família e mobilizar as estruturas de educação, esporte e cultura da cidade”, concluiu.

 

A próxima reunião do Fórum está prevista para o mês de junho e terá como tema a Saúde da Família.

 

O Fórum

 

O Fórum Permanente da Saúde tem como objetivo reunir informações, promover debates e realizar estudos a respeito da situação da saúde em Americana e elaborar, discutir e propor iniciativas legislativas ao setor, identificando problemas e traçando sugestões de planos de ação ao Poder Executivo.

 

O grupo de trabalho realiza encontros periódicos, a cada três meses, para levantar as necessidades em comum dos diversos segmentos envolvidos. “Grandes são as demandas da saúde, então pretendemos conversar sobre as realidades de cada setor e unir as competências”, destacou o parlamentar.

 

Participam do Fórum representantes da Câmara Municipal, secretaria municipal de Saúde, Fusame (Fundação de Saúde de Americana), Conselho Municipal de Saúde de Americana, Associação Paulista de Medicina, hospitais particulares e planos de saúde, universidades e convidados.

 

Para mais informações sobre o Fórum Permanente da Saúde, acesse a página especial no site da Câmara: http://www.camara-americana.sp.gov.br/Paginas/ForumPermanentedaSaude.