A Câmara Municipal de Americana realiza na quarta-feira (30) sessão solene em homenagem ao Dia da Consciência Negra, comemorado anualmente em todo o país em 20 de novembro. A solenidade contará ainda com a entrega de medalhas de mérito “Zumbi dos Palmares” a Benedito Samuel Barbosa e Cláudia Monteiro da Rocha Ramos, pela atuação nos diversos setores da sociedade no combate à prática do racismo e em favor da cultura afro-brasileira. A concessão das honrarias foi motivada por decretos legislativos de autoria da vereadora Professora Juliana (PT).
A solenidade acontece no Plenário Dr. Antônio Álvares Lobo, a partir das 19h30, e é aberta ao público. A TV Câmara transmite ao vivo pelo canal 8 da Claro TV (RPTV), pelo site oficial e redes sociais (Facebook e Youtube).
De acordo com a vereadora Professora Juliana, a realização do evento tem como objetivo promover o reconhecimento da importância da população negra em todos os aspectos da sociedade brasileira. “A data viabiliza o debate a importância do povo e da cultura africana, com seus impactos políticos no desenvolvimento da identidade cultural brasileira, seja por meio da música, teatro, educação ou a qualquer tipo de assistência social”, observa.
A sessão solene contará com apresentações culturais que reforçam o legado afro-brasileiro, com as participações do Centro Cultural Candeeiro, Menino Caio, Maracatu e capoeira com o Mestre Maguila. Serão entregues ainda onze moções de aplausos a pessoas que se destacaram na luta pela igualdade racial em Americana.
Homenageados com a medalha de mérito “Zumbi dos Palmares”
Benedito Samuel Barbosa – Seu Dito Preto
Tem um papel muito importante em favor a cultura afro-brasileira e no combate à prática do racismo. Nascido em 19 de dezembro de 1945, viveu sua adolescência e parte da juventude em Piracicaba, no chamado Bairro Alto. O bairro possuía uma população de maioria negra e o lugar era conhecido como uma região periférica da cidade.
Mudou-se para Santa Bárbara d’Oeste em 1979. Ao traçar sua trajetória histórico-familiar, logo percebe-se como sua vida se mescla com a sua militância, que compreende a sua iniciação no movimento negro - na fundação da Associação Quilombo da Paz, em 1989.
O que mais mexeu com Dito foi a influência do Padre Benedito e dos 100 anos da Libertação, realizada pela Campanha da Fraternidade de 1988. A partir daí, seu envolvimento com a causa só aumentou e entrou para Pastoral Afro.
Em sua atuação na Associação Quilombo da Paz, Seu Dito viajou para vários países aprendendo sobre a temática étnico-racial. Conhecimentos que difundiu em todos os lugares por onde passou.
Tem por princípio ético e compromisso social, como educador, tentar contribuir para que a educação ofertada nas escolas públicas seja de qualidade e que possibilite uma maior inserção da população negra na estrutura sócio-ocupacional brasileira.
Cláudia Monteiro da Rocha Ramos
Cláudia Monteiro da Rocha Ramos nasceu em 10/01/1970 em Nova Olímpia, Paraná. Filha de pais nordestinos, cresceu num ambiente de muitos livros. Veio para Americana em 1983, onde residiu no conjunto habitacional do Antônio Zanaga. Passou sua juventude na região do Salto Grande, conhecendo histórias da cidade e do casarão do Salto Grande.
Sempre teve em mente que gostaria de estudar história, e durante o Ensino Médio, sua vontade se despertou ainda mais, pois, nas aulas de história, teve contato com as capitanias hereditárias, as sesmarias (generosas doações de terras) aos ricos donatários e sobre o MST - Movimento dos Sem Terra.
Sua carreira acadêmica e de luta surgiu quando ingressou na graduação de história pela UNIMEP, em Piracicaba, e conheceu o Movimento Negro de Piracicaba, iniciando seus estudos e aprendendo sobre a militância.
Ingressou no mestrado em 2005, desenvolvendo a tese "A Escravidão, A Educação da Criança Negra e a Lei do Ventre Livre - 1871", onde investigou a diferenciação na oferta de educação da criança negra no contexto do escravismo após a lei do Ventre Livre de 1871, qual seria a educação destinada para essas crianças e qual teria sido o projeto implementado. Uma problemática histórica que tem reflexos ainda hoje, pois as crianças negras são as que mais têm dificuldades de concluir a educação básica no Brasil.
Publicado em: 29 de novembro de 2022
Publicado por: Coordenadoria de Comunicação
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Categoria: Notícias da Câmara
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