O vereador de Americana, Diego de Nadai (PV), propõe a formação de uma Comissão, formada por deficientes auditivos, seus familiares e representantes do Poder Público, para estudar propostas e apresentar soluções aos problemas enfrentados pelos deficientes auditivos em Americana, em diversas áreas sociais. O assunto foi discutido no plenário da Câmara, na última terça-feira (07/03), juntamente com o vereador, autoridades e representantes da comunidade.
“ Esta foi a primeira de uma série de reuniões, nas quais estaremos lutando para solucionar os problemas enfrentados por estes cidadãos tão especiais”, declarou De Nadai, após ouvir a proposta do grupo de reativar uma associação que já existiu na cidade, voltada a este tipo de deficiência.
De acordo com o vereador, na reunião foram ouvidos vários depoimentos e o grupo concluiu que há uma falta de preparo da sociedade em receber seus deficientes. Não há profissionais habilitados e capacitados para atendê-los de maneira mais eficiente e há necessidade de se iniciar uma luta intensa para reverter este processo imediatamente, envolvendo a área de saúde, educação, segurança e outras.
Abaixo, segue algumas declarações de ilustres presenças da reunião:
Dr. Rosângela Cecim – Diretora das Unidades de Atenção Básica (Postos Médicos) da Secretaria de Saúde de Americana
“Os trabalhadores da Secretaria de Saúde não têm capacitação específica para atender os deficientes auditivos. Faço duas propostas para o grupo: 1ª - Buscar elementos da sociedade que possam dar capacitação aos servidores municipais da saúde, que na minha opinião deveria se iniciar com as recepcionistas dos Postos Médicos; 2ª - Na próxima reunião do grupo, me proponho a expor o que cabe ao município com referência aos recursos de saúde e o que seria de competência do Estado e da União, além de demonstrar o que já está sendo feito com relação a parcerias com entidades como a APAE e o Lions Clube”.
“Considero alarmante o número de deficientes auditivos (cerca de 5,5 mil) de Americana. Acredito na importância da prevenção do problema e na necessidade da comunidade cobrar com mais freqüência os gestores públicos a respeito das soluções e de conceitos de Cidadania”.
Pastor Rubem Nazareth dos Santos – Primeira Igreja Batista de Americana
“Invoco humildade a todos que realmente querem lutar por melhores condições aos deficientes auditivos e neste sentido buscar resultados já realizados em outras cidades. Cito o exemplo de Maringá (PR) e questiono a possibilidade do grupo formar uma Comissão para conhecer os projetos da cidade paranaense”.
“Acredito que sozinho o Poder Público não tem condições de atender a demanda e afirmo que há necessidade de parcerias. Além disso, considero importante trazer as famílias envolvidas para a discussão dos problemas, pois muitas delas acabam escondendo seus membros com deficiência. Reitero também a falta de capacitação de toda a população.
Sra. Neuza Aparecida B. Franciscangelis – Secretária de Promoção Social do Município
“A Secretaria de Promoção Social do Município tem um programa especial de assessoria a Organizações Não Governamentais (ONG’s), desde que elas estejam oficializadas e registradas nos órgãos competentes e assim sendo solicitou ao grupo que se organize o máximo possível”.
“Com relação ao transporte gratuito, garanto que não há carteirinhas “paradas” na Secretaria e que a mesma obedece decreto federal que rege o assunto. Para adquirir a carteirinha, o cidadão tem de passar por avaliação médica, que segue padrões denominados pelo CID (Código Internacional de Doenças)”.
Prof. Cláudia – Secretaria de Educação
“Toda a escola tem de estar preparada, mas a escola pública não tem capacitação. Compareço a esta reunião com o objetivo de se receber informações sobre as maiores necessidades dos deficientes auditivos e afirmo que há na Secretaria de Educação Pedagogos, Psicólogos, sendo que não estão capacitados para atendê-los da maneira mais correta. Acrescento que está em formação uma Comissão de Inclusão de Deficientes dentro da secretaria e coloco a mesma a disposição de todos os presentes”.
Sebastião – Vice-Presidente da Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos de Americana – APADAA
“As maiores dificuldades dos deficientes não estão na falta de intérpretes que conheçam a comunicação por sinais, mais sim na falta de educação especial. Um jovem com deficiência não consegue freqüentar uma faculdade, pela falta de estrutura de toda a rede de ensino”.
Valquíria – Membro da APADAA
“Apesar de existirem leis que obrigam a contratação de deficientes, os empregadores exigem escolaridade, o que muitas vezes o deficiente auditivo não tem em função de não haver educação especial para ele na rede pública de ensino. Falta capacitação dos profissionais que lidam com os deficientes e na sua rotina de trabalho”.
Luiz – estudante do curso de fisioterapia da Faculdade de Americana – FAM
“Há necessidade de haver união entre os deficientes e reitero a importância da educação neste processo”.
Publicado em: 09 de março de 2006
Publicado por: Assessoria de Comunicação
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Categoria: Notícias da Câmara
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