A qualidade do transporte coletivo concentrou a maior parte das críticas na audiência pública que debateu o tema “mobilidade urbana ativa e sustentável no município de Americana”, realizada pela Câmara Municipal na segunda-feira (21). A discussão foi solicitada por requerimento pela vereadora Professora Juliana (PT) e contou com a participação popular no Plenário Dr. Antônio Álvares Lobo e também por meio de mensagens enviadas por e-mail. Um relatório com os assuntos debatidos e as sugestões de mudanças será encaminhado ao Poder Executivo.

As queixas relacionadas ao transporte público fizeram referências à necessidade de uma logística mais eficiente na distribuição das linhas nos horários, a manutenção dos pontos e a acessibilidade aos ônibus e, sobretudo, à necessidade de fazer com que a empresa responsável pelo transporte cumpra todos os pontos do contrato firmado com a prefeitura de Americana.

Também foram mencionadas como problemas de mobilidade urbana os problemas de acessibilidade das vias públicas, os buracos no asfalto, o valor e a falta de educação no trânsito. A necessidade de campanhas permanentes contra importunação sexual no transporte público e da implementação de um plano cicloviário capaz de interligar diferentes regiões também foi destacada em diversas falas.

“A ciclovia é importante inclusive para a questão climática. Mas desde que integrada, para que a pessoa possa realmente se deslocar para o trabalho ou para a escola e reduzir a necessidade de usar o transporte público e o individual motorizados, que colaboram para o efeito estufa e para o aquecimento global, que afeta todo mundo”, destacou a vereadora.

Estiveram presentes representantes dos Conselho Municipal do Idoso, da Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB de Americana, de grupos de motoristas de transporte por aplicativo e motoboys, da Associação de Moradores dos bairros Jardim Brasília e Terra Americana e moradores dos bairros Monte Verde e Assentamento Milton Santos.

Participação popular

A audiência pública contou com a participação da população na tribuna e também por manifestações via internet. Entre as observações destacaram-se apontamentos a respeito de terrenos públicos sem calçada, ruas sem iluminação pública e a necessidade de mudança das regras de estacionamento para idosos e de sincronização de semáforos.

Também foram sugeridas ações como a criação de um bolsão de estacionamento na área central, destinação de parte das multas de trânsito para a mobilidade urbana e tarifa de ônibus pela metade no período de até três horas.

Críticas e relatório

Ao final da audiência, a parlamentar disse ter ficado satisfeita com a participação popular. “A gente vai montar o relatório sintetizando toda a discussão, indicando os principais pontos e colar nas indicações específicas que vamos fazer. E a gente encaminha esse documento para a secretaria municipal de Planejamento para que no plano de mobilidade, que está sendo construído com a consultoria do SENAC, sejam incluídas essas indicações, enfim, essa discussão. Além disso, é preciso pensar na possibilidade de realizar outras audiências como essa de forma descentralizada, fazer essa discussão nos bairros e garantir que tenhamos um conselho municipal de mobilidade urbana para que haja maior controle social sobre esse tipo de política pública”, concluiu a parlamentar.