A Câmara Municipal de Americana realizou na terça-feira (8) audiência pública para análise das normas contidas no projeto de Lei nº11/2014, que autoriza o Poder Executivo a implantar o Programa de Restrição ao Trânsito de Veículos Automotores no município de Americana, de autoria dos vereadores Eduardo da Farmácia (SDD) e Abílio Maia (PSDB).
Participaram os vereadores Eduardo da Farmácia, Luiz Renato (PC do B), Moacir Romero (PT) e Tonhão do Veteranos (PMDB), o vereador suplente Abílio Maia, o secretário municipal de Transportes Décio Rosolen Filho, o diretor da unidade de trânsito da secretaria, José Arnaldo Duarte, o delegado assistente da seccional de Americana, Claudinei Albino Xavier, representantes do sindicato dos condutores, Associação Comercial de Americana (Acia), Guarda Municipal de Americana e taxistas, além de pessoas interessadas no assunto.
Durante a audiência, foram apresentados dados da quantidade de veículos cadastrados na cidade. “Americana possui 80,4 veículos a cada cem habitantes, uma das maiores relações do estado. Se o número de veículos continuar aumentando conforme o gráfico aqui apresentado, poderemos ter um veículo por habitante daqui a quatro ou cinco anos”, disse Abílio Maia.
Durante o uso da palavra, o vereador Eduardo da Farmácia destacou a importância do debate sobre o tema. “A apresentação desse projeto de lei e a realização dessa audiência com a população e representantes de entidades ligadas ao transporte tem o objetivo de discutir a questão da mobilidade urbana. A partir disso, pudemos ouvir as sugestões dos participantes para que possamos começar a definir ações efetivas que minimizem o impacto do excesso de veículos em circulação nas ruas de Americana. Atualmente, existem mais veículos em circulação na cidade do que o número de habitantes, considerando a frota flutuante formada pelos veículos de outros municípios que trafegam aqui diariamente”, afirmou.
O diretor da unidade de trânsito da secretaria municipal de Transportes fez um histórico das condições de desenvolvimento da cidade. “Americana cresceu sem muito planejamento, e hoje temos que corrigir problemas sem mexer no que já está consolidado. A linha férrea, o Ribeirão Quilombo e as rodovias também apresentam um desafio na hora de pensarmos o trânsito de Americana. A cidade está crescendo e os problemas também. É o momento do rodízio de veículos? Temos que aproveitar este debate para entender o que está acontecendo e pôr em discussão, fazer a reflexão”, argumentou.
“O rodízio é uma opção para o futuro, uma emergência, mas precisamos de várias ações, melhorias pontuais, como terminar o viaduto Nicolau João Abdalla, que desafogaria toda aquela região do Guaicurus e Jardim Brasil. Só assim conseguiremos resolver o problema do trânsito de Americana”, defendeu o vereador Tonhão do Veteranos.
A população presente também utilizou a palavra para apresentar questionamentos e sugestões, que foram recebidas pelos parlamentares. “Vamos compilar o que foi debatido aqui hoje e analisar o que pode ser feito para aperfeiçoar o projeto, visando a solução dos problemas do trânsito em Americana”, concluiu Eduardo da Farmácia.
O projeto
No projeto, Eduardo e Abílio autorizam o Executivo a implantar, em caráter experimental, o rodízio de veículos em Americana. A restrição segue o formato do rodízio de veículos de São Paulo, conforme o dígito final da placa de licenciamento e o dia da semana, não se aplicando a veículos de transporte coletivo, motocicletas, táxis, transporte escolar, guinchos e aqueles empregados em serviços essenciais e de emergência.
“Sabemos que Americana tem um das maiores frotas de veículos do país, em relação ao índice veículo/habitante. O reflexo desse inchamento nas ruas é visto todos os dias em nossas ruas, aonde vários cruzamentos travam, aglomerando filas imensas. Em Americana, a adoção do rodízio de veículos neste momento não é prematura. Muito ao contrário, iniciaremos um processo de educação para que não tenhamos que esperam o trânsito de nossa cidade travar para tomar uma providência emergencial, sem prazo mínimo para a adaptação”, defendem os vereadores na justificativa do projeto de Lei.
Assessoria de Comunicação