Seis mulheres, representantes de diferentes segmentos da sociedade, falaram sobre as ações cotidianas de combate a discriminação e de crescimento da participação da mulher na vida econômica e social em Americana e no país, durante solenidade em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, organizada pela vereadora Lurdinha Ginetti (PDT), ocorrida na noite desta sexta-feira (9), no plenário da Câmara Municipal.
Ana Paula Nunes Nogueira, líder do mutirão de construção de moradias no Jardim dos Lírios, lembrou que até na atividade de trabalho braçal a participação das mulheres tem sido determinante. “Nos mutirões de construção, há mais mulheres do que homens trabalhando no dia-a-dia”, afirmou ela.
Mas, apesar disso, os números de discriminação e violência contra a mulher ainda são alarmantes no Brasil, alertou Vera Lúcia Defalque Firmino, Coordenadora do Centro de Referência da Mulher de Americana.
Lurdinha, única representante feminina no Legislativo de Americana, apresentou estatísticas que revelam o quadro de discriminação contra a mulher no universo político brasileiro. “Em Ruanda, na África, 48,8% dos deputados são mulheres; em países europeus como a Suécia, 45,3% são mulheres, na Noruega 37,9%, na Finlândia, 37,5%. Em Cuba e Costa, respectivamente, 36% e 35,1% dos deputados são mulheres. No Brasil, dos 516 deputados federais eleitos nas últimas eleições, apenas 45 são mulheres e, no Senado, dos 27 senadores eleitos apenas quatro são mulheres”, relatou ela.
De acordo com dados da União Interpalamentar, de 2005, o Brasil é o 107º país do mundo no ranking da participação de mulheres no Parlamento, relatou a vereadora.
No final do encontro, o grupo de teatro popular Mal-amadas, de São Paulo, apresentou o espetáculo “Você não soube me amar”, uma série de esquetes sobre a situação de discriminação e opressão da mulher no trabalho, na família e nos serviços públicos de saúde, entre outros.

Palestras

A pedagoga Vera Lúcia Defalque Firmino, conselheira tutelar por dois mandatos (de 1997 a 2003) e coordenadora do Centro de Referência da Mulher de Americana desde 10 de março de 2005, falou no encontro sobre “Os progressos na luta contra a violência de gêneros”. A funcionária pública da área de Educação Márcia Ferrero, a Marcinha, deficiente física que já participou de diversas campanhas políticas em Americana e assumiu algumas vezes a suplência de vereador, falou sobre “As dificuldades da mulher com deficiência no mercado de trabalho”. A cabeleireiraValdilaine Catarina da Silva Nunes, a Val, liderança feminina do bairro Mirandola, falou sobre a ação política das mulher na conquista de “Melhorias para a comunidade”. A dirigente sindical Antonia Vicente Gomes, vice-presidenta do SEAAC, integrante do Conselho de Ética da Federação dos Empregados e Agentes Autônomos do Estado de São Paulo e também do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher falou sobre “A mulher no movimento sindical”. Ana Paula Nunes Nogueira, moradora e líder do movimento de moradia do mutirão Jardim dos Lírios falou sobre “As mulheres na luta pela moradia”. A psicóloga comportamental cognitiva Linda Maria Fiorotto, que desenvolve trabalhos com adolescentes, adultos, obesos e operados do estômago, e ainda com orientação de pais e orientação profissional/ vocacional, proferiu palestra com o tema “Desmistificando a psicologia”.