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Petrobrás diz que ampliação da Replan não vai poluir Americana e é questionada na Câmara



Um grupo de técnicos da Petrobrás apresentou, na sessão ordinária da Câmara Municipal de Americana nesta quinta-feira (8), detalhes do projeto de ampliação da Replan, em Paulínia, e negou que o aumento da capacidade de refino em mais 35 mil barris por dia vá agravar a poluição que a refinaria provoca nas cidades da região, entre elas Americana.
“O impacto causado por uma empresa deste porte pode refletir em todas as cidades vizinhas”, afirmou o vereador Jonas Santarosa (PT), autor do convite aos técnicos que falaram Câmara.
De acordo com os técnicos, o investimento em tecnologia de pontas vai reduzir as emissões poluentes, inclusive a dos gases precursores do ozônio, em todas as unidades de produção da Replan.
“Ouvimos as explicações, mas não ficamos inteiramente satisfeitos. Creio que ainda faltam informações para termos certeza de que não ocorrerão impactos em nossa cidade”, afirmou o vereador Antônio Carlos Sacilotto (PSDB). Sacilotto afirmou, questionando os técnicos, que Americana tem um dos maiores índices nacionais de problemas respiratórios em crianças. “A Petrobrás respondeu que isso não é causado pela poluição da Replan, mas pela queimada da cana-de-açúcar. Só que os problemas ocorrem também na entressafra da cana e a verdade é que, pela natureza dos ventos, parte da poluição de Paulínia vem diretamente para a nossa cidade”, questionou o vereador.
Cláudio Magno Martins, engenheiro responsável pela área de saúde da Replan, afirmou que especialistas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) estão realizando estudos para detalhar a eficácia das medidas de controle da qualidade do ar na nova planta da refinaria.
SELO VERDE
O presidente da Mesa Diretora da Câmara, vereador Antonio Alves Jorge, o Kim, aproveitou a presença dos técnicos para sugerir à Petrobrás a criação de um “selo verde”, que poderia contribuir para reduzir as queimadas da cana-de-açúcar na região.
“As usinas justificam as queimadas alegando que esta é a forma mais barata de fazer a colheita. Com a implantação de um selo verde, o álcool produzido por usinas que optem por não fazer a queimada seria comprado e revendido pela Petrobrás por um preço um pouco mais alto. E o consumidor das cidades afetadas pelas queimadas teriam a opção de consumir o álcool com o selo verde ou o álcool produzido a partir de canaviais submetidos a queimadas. Com isso, estaríamos remunerando os produtores que optaram por práticas mais corretas”, defendeu Kim.
MEDIDAS COMPENSATÓRIAS
O gerente de empreendimentos da Petrobrás, engenheiro Faustino Vertamatti, antecipou que os projetos ambientais apresentados por Americana e por outras três cidades da região deverão ser contemplados com os recursos provenientes das medidas compensatórias prevista no empreendimento. Por lei, todo o grande empreendimento, como é o caso das reformas da Replan, deve destinar de 1,5% a 3% do valor total do projeto a medidas ambientais compensatórias.
Santarosa afirmou que quatro grandes projetos ambientais já foram apresentados por Americana para receber estes recursos. Os projetos foram citados, durante a sessão de ontem, em ofício da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, lido pelo presidente Kim.
Segundo o ofício, projetos de recuperação dos parques municipais Hércule Giordano, Gruta Dainese, Parque dos Ipês e Balneário Riviera já foram oficialmente apresentados para receber as verbas da Replan.
“Durante as audiências públicas, solicitei que fossem destinados recursos também para a recuperação do Mini Pantanal e da área de cerrado, próxima à Replan, em Paulínia; a Mata Santa Genebra, em Campinas e o Matão da Usina Ester. Os diretores da Petrobrás adiantaram hoje (ontem) que a Replan deverá investir nestes projetos”, disse Santarosa.


Publicado em: 09 de fevereiro de 2007

Publicado por: Assessoria de Comunicação

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Categoria: Notícias da Câmara

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