A Câmara Municipal de Americana realizou na quarta-feira (24), no Plenário Dr. Antônio Álvares Lobo, uma audiência pública para debater as metas previstas no Plano Municipal de Educação e ações inclusivas nas escolas do município. O debate foi realizado em atendimento a um requerimento de autoria da vereadora Professora Juliana (PT).
Participaram da audiência, além da autora, o vereador Silvio Dourado (PL); a professora doutora do departamento de psicologia da UNESP (Universidade Estadual Paulista), Luciene Regina Paulino Tognetta; a secretária-adjunta de Educação da Prefeitura de Americana, Evelene Cesare Ponce Medina; a supervisora de Educação Especial, Salete Cristina Pelisson da Cruz; o ouvidor da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva; a presidente da Comissão OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Vai à Escola, Nancy Mendonça Erdmann Marrocos Almeida; a professora estadual e advogada, Joselita Izaias Ramos; a presidente do Conselho Municipal de Educação, Patrícia Oliva Cavicchioli; a fonoaudióloga do programa Mamãe Nenê da secretaria de Saúde de Americana, Sandra Possobon; a coordenadora do núcleo de especialidades da secretaria de Saúde, Valeska Dalanezi; e a diretora de atenção especializada da secretaria de saúde, Ana Rúbia Soares; além de população interessada no tema, que participou utilizando a tribuna.
Durante o uso da palavra, Juliana justificou a importância do debate sobre o tema. “Nosso mandato faz acompanhamento e defesa da educação pública. Vamos pensar na escola como um ambiente que favoreça o desenvolvimento integral da criança e do adolescente. Um dos motivos que levou a essa audiência foi toda situação de pânico moral que vivemos há um mês e que levou a ações concretas do poder público, que é a questão da violência e da sensação de segurança nas escolas. Aqui podemos mobilizar toda a comunidade para a discussão dentro de um espaço institucional”, comentou.
A secretária-adjunta de Educação da prefeitura de Americana, Evelene Ponce Medina, respondeu a questionamentos sobre o cumprimento das metas previstas no plano municipal de educação, cuja vigência é de 2015 a 2025. “Nós temos hoje uma taxa de 92% de cumprimento, e temos em mente que o plano de Americana é ousado para a época em que foi elaborado, considerado um dos mais completos do Brasil. Há metas sobre uso de recursos tecnológicos que nem estavam na pauta do debate nacional, como é hoje em dia. Estamos conseguindo entregar novas unidades escolares e contratar professores, o número de estudantes em sala de aula chega a ser menor até em comparação a rede privada. Outro ponto muito importante é que hoje temos um plano efetivo de formação docente, são formações com ciclos completos e que certamente resultam em maior qualidade no ensino”, explicou.
Luciene apresentou dados sobre a ocorrência de situação de violência nas escolas brasileiras. “Nas últimas duas décadas nós tivemos 22 ataques no Brasil, porém eles foram mais frequentes nesse último ano, e eles acontecem tanto em escolas públicas quanto privadas. A educação básica tem sido alvo. Os países que conseguiram combater a situação olham para a compreensão do problema. A presença da polícia não é um fato impeditivo, mas estamos vendo aumento de acesso a conteúdos violentos e de discursos extremistas nas redes virtuais. É preciso criarmos uma cultura de escuta ativa na nossa comunidade”, destacou.
A presidente do Conselho Municipal de Educação, Patrícia Oliva Cavicchioli, expôs as demandas dos professores em relação às medidas adotadas pela gestão municipal. “A escola é extensão da nossa casa, essa questão da violência nos afetou profundamente. Quando foram anunciadas as medidas de presença policial, concordamos que se era para termos essa medida, que fossem os guardas municipais, pois eles conhecem a realidade. Mas essa é uma medida simbólica, pois precisamos de projetos para a comunidade escolar, com salas de aula com menos alunos, menos barulho e com mais afetividade. Por fim, nós temos uma visão diferente sobre a questão da nova gestão da merenda escolar, pois não concordamos com as mudanças anunciadas pela prefeitura”, ponderou.
Em resposta ao questionamento sobre as mudanças na contratação da alimentação escolar, Evelene explicou que a prefeitura vem enfrentando problemas com fornecedores. “Nós estamos propondo uma nova forma de gestão da aquisição dos alimentos, e com isso ganharemos no sentido de termos uma alimentação mais inclusiva, para crianças com diabetes ou intolerância a glúten, por exemplo. Muitas vezes temos itens faltantes porque a fornecedora não entrega, porém não podemos comprar para suprir essa falta, porque existe a questão da licitação. Então com essa nova gestão, esse problema será superado”, disse.
Ao final da audiência, o vereador Silvio Dourado reassaltou a necessidade de envolvimento dos pais na vida escolar. “Eu percebo muito a importância do protagonismo dos pais na educação das crianças, é fundamental trabalharmos a questão dos vínculos familiares. Eu tenho conversado com o secretário Ghizini sobre adesão ao projeto de música na escola e ainda sobre a saúde, são projetos que envolvem as famílias porque muitas vezes os pais precisam de orientação e serem chamados para essa participação. É uma forma de termos escolas mais seguras”, observou.
“Estamos falando de um plano que tem vigência até 2025. Ele vai ser readequado e revisto e precisamos garantir que essa revisão seja bastante participativa, pois o próximo plano terá que dar conta dessas novas questões relacionadas ao ambiente virtual e à questão da convivência. É muito importante habilitar e formar os professores para trabalhar nas questões que afetam diretamente a pauta da segurança dentro das escolas. Agradeço a participação de todos”, concluiu a vereadora Professora Juliana.
Publicado em: 25 de maio de 2023
Publicado por: Coordenadoria de Comunicação
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Categoria: Notícias da Câmara
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