A Câmara Municipal de Americana realizou na terça-feira (2) uma audiência pública para debater a política de saúde mental e a rede de atenção psicossocial no município de Americana. O debate foi realizado em atendimento a requerimento de autoria da vereadora Professora Juliana (PT) e coautoria dos vereadores Dr. Daniel (PDT), Leco Soares (Podemos), Leonora Périco (PDT), Lucas Leoncine (PSDB), Marcos Caetano (PL), Silvio Dourado (PL), Thiago Brochi (PSDB), Vagner Malheiros (PSDB).
Participaram da audiência as vereadoras Leonora Périco (PDT) e Professora Juliana (PT) e o vereador Lucas Leoncine (PSDB); a diretora da Atenção Básica da secretaria municipal de Saúde, Simone Maciel; a coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Adulto, Flavia Mingotti; a coordenadora do CAPS Infantil, Regiane Seccomandi; o coordenador do CAPS Álcool e Drogas e presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Álcool e Drogas, Tadeu Donizeti Leite; o representante do Conselho Municipal de Saúde, Guilherme Aparecido da Silva; a representante da subseção de Americana da Ordem dos Advogados do Brasil, Dra. Rebeca Mendonça Erdmann de Almeida; e a psicóloga do Centro Universitário Salesiano de Americana, Ercília Mara dos Santos, além da população interessada no tema.
Durante a audiência, os representantes dos CAPS falaram sobre as dinâmicas de trabalho e os desafios enfrentados pelos centros. A diretora da Atenção Básica da secretaria municipal de Saúde, Simone Maciel, identificou como um dos principais pontos a serem trabalhados a mudança na estratégia e qualificação dos encaminhamentos de atendimentos. “Um problema que temos ainda hoje é a identificação das demandas que são, de fato, inerentes aos CAPS. Porque muitas vezes é feito o acolhimento e só depois se identifica que não seria uma demanda do CAPS, mas sim um tratamento de ambulatório, seja com psiquiatra ou com psicólogo”, comentou. Ela também informou que está em andamento um processo seletivo para a contratação de mais profissionais para os CAPS.
A representante da subseção de Americana da Ordem dos Advogados do Brasil, Dra. Rebeca Mendonça Erdmann de Almeida, destacou a importância do diagnóstico precoce nos atendimentos de saúde mental. “Quanto mais cedo a pessoa é diagnosticada e tem tratamento, uma medicação que equilibra quimicamente o cérebro dela, ela não vai ter surto, não vai morar na rua e não vai usar drogas”, disse.
A população utilizou a palavra e participou por e-mail durante a audiência para relatar os problemas enfrentados na busca por atendimento, apresentar questionamentos e oferecer sugestões. Dentre os pontos levantados, estão a integração dos equipamentos de saúde mental ao apoio das equipes voluntários em entidades assistenciais; a falta de medicamentos na rede pública; a sugestão de realização de convênios com as secretarias de Esportes e Educação para desenvolvimento de oficinas e terapias; os desafios enfrentados no atendimento a crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista; e a criação de um programa, através da formação de uma equipe multidisciplinar, para atendimento dos servidores públicos com problemas psicológicos.
Ao final da audiência, os vereadores avaliaram como positivo o resultado da discussão. “Fica provada a importância das audiências e do trabalho de debate. Provado também que muito tem sido feito, mas que há muito a se fazer ainda. Por isso é importante para nós, vereadores, ouvir, saber todos os lados, para que possamos cobrar melhorias e entregarmos serviços à população”, comentou o vereador Lucas Leoncine.
“As pessoas que estão aqui são capacitadas e realmente sabem a realidade do que está acontecendo. Trabalhei um pouco no CAPS adulto e posso confessar a vocês que não é fácil. Tive que aprender o que é CAPS, mesmo trabalhando na saúde. Passei a entender como trabalhar e posso dizer que não é fácil”, disse a vereadora Leonora Périco.
“A gente sai daqui hoje com a perspectiva de ampliação das equipes do CAPS e de avançarmos na implementação do consultório de rua, que não é só uma questão da saúde mental, mas da atenção básica como um todo. Acredito que foi extremamente produtivo fazer esse debate aqui hoje. A saúde mental tem a ver com o físico, com a alimentação, com o convívio e com nossos valores, emoções e subjetividades. Sem uma equipe médica, multidisciplinar, sem medicação e evidência científica, não existe possibilidade de avançar em uma política de saúde mental que possa ser levada a sério”, concluiu a vereadora Professora Juliana, presidente da audiência.
Publicado em: 03 de agosto de 2022
Publicado por: Coordenadoria de Comunicação
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Categoria: Notícias da Câmara
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