O projeto de decreto legislativo do vereador Antonio Carlos Sacilotto (PSDB), que institui o “Programa de Carbono Neutro” na Câmara Municipal, ganhou aliados de peso na semana passada e deverá ser ampliado em Americana antes mesmo de ser apreciado e votado pelos vereadores. Sacilotto detalhou o projeto em palestra proferida para diretores e associados do Rotary Club de Americana e os integrantes do clube decidiram, depois de ouvir o vereador, incorporar o projeto e divulgá-lo para outras entidades e empresas de Americana e de outros municípios.
O “Programa Carbono Neutro”, elaborado por Sacilotto, propõe que a Câmara Municipal compense, com o plantio de árvores em locais públicos, a emissão do carbono produzido por seus veículos e equipamentos.
Cálculos de especialistas apresentados por Sacilotto, durante a palestra, mostram que um automóvel de passeio, em boas condições de uso e com o motor regulado, lança na atmosfera dois gramas de gás carbônico (CO2) por quilômetro rodado, ou seja, cerca de 40 quilos por ano, rodando cerca de 20 mil quilômetros.
“Esta quantidade corresponde ao gás carbônico absorvido anualmente da natureza por quatro árvores de crescimento rápido, como o eucalipto. Com a instituição do programa, a Câmara faria um cálculo do total das emissões produzidas por seus automóveis e equipamentos e plantaria um número de árvores capaz de seqüestrar da natureza a quantidade equivalente de CO2 destas emissões”, explicou ele.
Sacilotto propõe inclusive locais para se realizar o plantio, como a região das margens da Represa do Salto Grande e outras áreas onde é necessária a recuperação da mata ciliar no município.
A proposta foi imediatamente incorporada e ampliada pelos integrantes do Rotary. A presidente do clube em Americana, Raquel Romanelli Zalaf, antecipou que o projeto de decreto legislativo de Sacilotto será adaptado e apresentado como proposta para ser adotada por todos os integrantes do Rotary, que irão plantar quatro árvores por cada carro que tiverem em circulação.


Carros `flex fuel`
O projeto de Sacilotto propõe ainda que a Câmara utilize apenas de veículos com motores ‘flex fuel’ que utilizam fontes renováveis de combustíveis e que seja instituída uma comissão especial, com a participação de funcionários da Casa, para implantação e acompanhamento do programa.
A comissão deverá providenciar um inventário de emissões de dióxido de carbono pelo Legislativo para apontar projetos para conservar as biomassas nacionais já existentes e emitir pareceres anuais, com auxílio de instituições técnicas, sobre a emissão do gás.
De acordo com os dados técnicos apresentados por Sacilotto, é possível plantar 1.650 mudas de árvores por hectare. “No caso do eucalipto, esta quantidade de árvores seqüestraria 22,5 toneladas de CO2 eq/ano (toneladas equivalentes de CO2)”, quantificou o vereador.




Aquecimento global
No final da exposição, Sacilotto perguntou: “Com estas medidas locais vamos resolver o problema do aquecimento global?”. E ele mesmo respondeu: “Não. Mas se contribuições como esta forem adotadas em todo o planeta, poderemos realizar interferências decisivas”.
“Se os dinossauros tivessem conhecimento das alterações que ocorriam em seu meio ambiente, nada poderiam fazer. Se nós agirmos da mesma forma, seremos irracionais”, argumentou ele.
Os números e informações do aquecimento global apresentados por Sacilotto durante a palestra mostram que as mudanças climáticas já estão em curso acelerado no planeta. Os Alpes europeus, por exemplo, perdiam apenas 70 centímetros de neve durante as estações quentes do ano. Hoje, as perdas chegam a três metros e índices semelhantes ocorrem em todas as cadeias montanhosas do mundo. “O derretimento das geleiras já está em curso e vemos o aumento gradativo do nível do mar”, lembrou ele.

Assessoria de Comunicação