A Câmara Municipal de Americana realizou na quarta-feira (5), no Plenário Dr. Antônio Álvares Lobo, a sétima reunião do Fórum Permanente da Saúde, instituído pelo Decreto Legislativo nº 960/2021, de autoria do vereador Silvio Dourado (PL). Durante a reunião foi discutido o tema “Saúde da Família”.

Participaram da reunião o vereador Silvio Dourado (PL); o secretário municipal de Saúde, Danilo Carvalho de Oliveira; o médico da família Gustavo Quinteiro; a diretora de Atenção Primária à Saúde, Simone Maciel; a enfermeira da saúde da prefeitura de Americana, Claudia da Silva Xavier; o presidente do Conselho Municipal de Saúde, José Francisco Lembo; o membro da Comissão de Direito Médico e de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil em Americana, Dr. Matheus Vinicius Deroldo Soares; a agente comunitária da Saúde da Família, Ivanise Batista de Oliveira; a dentista Deborah Regina Otero Coelho; o médico Andrew Costa; e o representante da Associação Paulista de Medicina, Renato Monteiro.

Durante a reunião, Dourado enfatizou a importância do fórum como espaço de divulgação dos direitos sobre a saúde. “Esses encontros têm possibilitado diálogos importantes a partir das reflexões individuais dos participantes, que contribuem e ampliam a visão para a questão tratada, assim juntos avançando para ações práticas para o desenvolvimento da cidade de Americana”, comentou.

O secretário de saúde explicou a importância da estratégia de centralizar a organização do sistema de saúde na atenção primária. “Hoje debatemos um tema que é a diretriz central da reorganização da saúde pública no Brasil. Temos representadas aqui a enfermagem, odontologia e medicina, nossa equipe da prefeitura. Apenas em 2011 o Brasil instituiu, de fato, o conceito de uma portaria ministerial para tratar as redes de atenção à saúde. Rede é um conceito de horizontalidade, sem hierarquia, pois existe uma perspectiva cultural de as pessoas irem até o hospital, o que precisa ser rompido. Nossa missão é educar a população para que busque a rede básica, só 2% dos casos que chegam à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) é urgência, sendo que 85% poderia ser resolvido na Atenção Básica”, apontou Oliveira.

Ainda em sua exposição, o secretário informou que a rede municipal de saúde busca expandir horários de atendimento em Unidades Básicas de Saúde para superar as limitações de acesso e que a cobertura primária chega a 41% da população americanense, com mais de cem mil pessoas cadastradas.

Quinteiro enfatizou que a definição de Saúde da Família extrapola a questão da fisiologia humana e leva em consideração um contexto intersetorial, dependendo de questões sociológicas e sanitárias. “O sistema de saúde é algo vivo e dinâmico e foi intensa a necessidade de o sistema se organizar, ainda mais no pós-pandemia. A Saúde da família depende do trabalho de uma equipe, porém o sistema de saúde não está preparado para atuar plenamente nesse sentido. Hoje em dia há uma transição epidemiológica, devido o aumento da população idosa, e as doenças crônicas, cujos tratamentos são muito mais custosos, acabam tendo impacto no sistema de saúde. A Atenção Primária pode ser muito mais resolutiva nesse sentido, porque ela engloba fatores além da fisiologia”, explicou.

A diretora da Atenção Básica, Simone Maciel, reforçou a importância do modelo de Saúde da Família no sistema de saúde. “Nós buscamos oferecer um serviço resolutivo, assim poderemos inverter a lógica de o pronto-socorro ser a porta de entrada. O foco precisa ser no indivíduo e em seu contexto, um olhar holístico, e não apenas na doença”, disse.

Cláudia Xavier discutiu o papel dos profissionais da enfermagem no atendimento às famílias. “Na Saúde da Família o vínculo e a confiança são centrais, o enfermeiro exerce um papel fundamental na questão da confiança e é dessa forma que podemos compreender as necessidades das famílias e traçar um plano de cuidados. Esse profissional exerce função de responsável técnico dos auxiliares de enfermagem, tendo um papel de educador, e coordena e avalia as atividades da equipe, principalmente doa agentes comunitários”, falou.

Ao final, Dourado apontou a necessidade de superação da crise de lideranças nas instituições. “O médico da família é especialista em gente, e esse modelo que discutimos hoje implica num trabalho de humanização. Hoje temos uma crise de lideranças, e penso no que podemos fazer. Tenho levado essas reflexões para a secretaria de saúde, essa provocação sobre a humanidade e de como temos que tratar os pacientes da nossa rede de saúde”, concluiu.

Os participantes definiram que a próxima reunião terá como tema a Saúde no Terceiro Setor, em data a ser agendada pela Câmara.

O Fórum

O Fórum Permanente da Saúde tem como objetivo reunir informações, promover debates e realizar estudos a respeito da situação da saúde em Americana e elaborar, discutir e propor iniciativas legislativas ao setor, identificando problemas e traçando sugestões de planos de ação ao Poder Executivo.

Para mais informações sobre o Fórum Permanente da Saúde, acesse a página especial no site da Câmara: http://www.camara-americana.sp.gov.br/Paginas/ForumPermanentedaSaude.