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Tropa de Elite, osso duro de roer - por Capitão Crivelari



“Tropa de Elite, osso duro de roer, pega um pega geral, também vai pegar você”. Nunca o sucesso da banda Tihuana foi tão apropriado como nas incursões feitas pelo Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) - a Tropa de Elite do Rio de Janeiro, que colocou pra correr os traficantes e milícias dos morros cariocas.
Os anos de descaso e conivência com o crime, ancorados num paternalismo e assistencialismo que beirava a hipocrisia, levaram a um estado insustentável e sem precedentes de controle nos espaços geográficos do Rio de Janeiro.
A falta de alinhamento entre os dirigentes do município, Estado e União também contribuíram para que um protecionismo ao crime fortalecesse as facções dominantes. A situação chegou a ponto de terem domínio sobre território e população local, controle na água, gás, transportes coletivos, TV a cabo e distribuição de drogas. Imperavam sob a égide do nome “comunidade”, na maioria das vezes, dominadas por falsários que nada mais eram que prepostos do crime.
E não se iludam os bacanas, que na rica Zona Sul alimentam a simples bagana de maconha - sob pretexto de que é inofensiva -, colaborando decisivamente para o enriquecimento ilícito. De nada adiantava o espetáculo deprimente de uma tropa especializada fazer incursões ao morro e, logo em seguida ao noticiário, esta se recolhia ao quartel, deixando a população à mercê da ira dos traficantes, de milicianos faccionistas. A título de curiosidade, a irmã do jogador de futebol Vágner Love seria coroada rainha da bateria de uma escola de samba que foi abortada pela primeira incursão da Tropa de Elite ao morro. Péssimo exemplo.
Foi só a sociedade organizada criar mecanismos eficientes conjuntos, não desprezar o apoio do Estado e da União - que existem exatamente para agir em estados ditos de convulsão interna ou área de beligerância, como são chamados nestes casos -, que a operação surtiu o efeito desejado, ou seja, incursão e ocupação.
Após entrada triunfal da Tropa de Elite, botando os marginais para correr sob as vistas do mundo todo - e não eram poucos -, o Estado vai e ocupa a área com as UPPs, que nada mais são que uma versão tupiniquim bem apresentada da Policia Comunitária, que há décadas tem dado resultados positivos no mundo todo.
Que o Rio de Janeiro continue lindo e maravilhoso, que seja uma cidade abençoada por Deus, pela natureza e que mantenha seus 40 graus de pura alegria, mas que esteja sob domínio da administração estatal e não do crime organizado.

CAPITÃO CRIVELARI
Vereador em Americana e Oficial da Policia Militar criador do POE, a tropa de elite local


Publicado em: 29 de novembro de 2010

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Categoria: Notícias da Câmara

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