O presidente da Câmara de Americana, Reinaldo Chiconi (sem partido), discutiu, na manhã de hoje (20/06), com demais membros do Parlamento Metropolitano, propostas voltadas para a melhoria do meio ambiente dos municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas). A reunião, na Câmara de Campinas, foi iniciada com o lançamento do livro “Rede RMC pela vida e a paz”, que trabalha o aspecto sócio-ambiental na região de Campinas por meio do Parlamento, pelo autor e jornalista José Pedro Martins.

O estudioso explanou aos parlamentares sobre números que apontam para uma evolução das cidades de nossa região no que diz respeito ao tema “Meio Ambiente”, mas salientou que há necessidade de leis atuais, mais rígidas e fiscalização conjunta, por isto a necessidade de trabalhar propostas regionais, por meio do Parlamento.

“Várias propostas ambientais foram apresentadas e discutidas nesta reunião, como a que se refere a disposição final de resíduos tóxicos e industriais, criação de selo verde como incentivo às empresas da região e implantação de zoneamento ecológico-econômico dos municípios. São propostas que discutirei em Americana ”, garantiu Chiconi.

O jornalista, que há 25 anos trabalha em causas ambientais, disse que a realidade é muito diferente de quando ele começou. Que os números são assustadores em alguns aspectos, mas que a evolução também é um fato. “Em 1981, por exemplo, tinha 5 casos de aids no mundo, em 2006 chegam a 25 milhões o número de mortes pela doença e mais R$ 45 milhões de infectados”, apresentou.

Segundo o pesquisador, 25% das mortes hoje correspondem a causas ambientais, como doenças cardiovasculares, câncer e vias respiratórias, sendo que 94% são por doenças diarréicas. “Em 1981, a população no Brasil era de 120 milhões de pessoas, hoje é de 180 milhões. Na RMC, havia no ano de 1980,  1,276 milhão de habitantes, o que equivalia a 3,8% da população do Estado de São Paulo, enquanto hoje são 2,5 milhões de pessoas, um número que corresponde a 6,5% da população do Estado, praticamente o dobro”.

Diante destes números, o estudioso ambiental destacou aos parlamentares que os Planos Diretores das cidades devem prever os “corredores ecológicos”, já que atualmente, a RMC tem apenas 3,4% da mata original. . Com relação a água, em 1980, havia apenas 5% do esgoto tratado na região. No ano passado, este número chegou a 35%.

Em termos de resíduos sólidos, são gerados 1400 tonelas por dia, necessitando da reciclagem urgente, diante de um quadro de oito municípios exportando seus lixos para outros municípios. “Aí se encaixa nossa proposta de acabar com os aterros e nos unir para montar uma usina de lixo de geração de energia, muito mais viável economicamente e ambientalmente”, garantiu o vereador.

O pesquisador garantiu que apesar deste e vários números serem assustadores, há muitos avanços, como o “Protocolo de “Kyoto””, os novos Planos Diretores Participativos, as Agendas 21, que inclusive será discutida durante o IV Fórum da RMC, no próximo dia 29, em Hortolândia. “A colocação dele reconhece o aumento da responsabilidade social das empresas e do fato da nossa região estar inserida em um grande pólo científico e tecnológico, mas ressalta a necessidade de continuarmos avançando, regionalmente, pensando na inclusão social e na preservação do meio ambiente, por meio de políticas de visão para o futuro e não apenas imediata”, concluiu Chiconi.

As propostas imediatas apresentadas pelo técnico, em termos de legislação, são:

- Elaboração de um zoneamento ecológico, dentro de um Plano Diretor
- Implementação do “selo verde metropolitano”
- Criação de uma Ouvidoria Ambiental Metropolitana
- Legislação que proíba a importação de resíduos sólidos.